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CAPÍTULO 25: TESTANDO SEU VÔO SOLO NO HANGAR DO NHONHÔ

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 25 de jan. de 2016
  • 4 min de leitura

Como trabalhar para o ex-patrão sem estar sob o chicote dele.

Olá, raparigas & rapazolas! ¿Como vão, se não há mais volta? No capítulo anterior, lembrem-se: eu comecei a tratar duma quarta possìbilidade de empreender, que é prestar serviços como terceiro ou como freelancer para seu ex-patrão — carinhosamente aqui chamado de nhonhô. Essa é uma modalidade que muitos executivos experientes (e jovens também) adotam quando se desligam de grandes empresas e continuam a lhes oferecer consultoria ou assessoria desde de casa. Na semana passada, eu lhes falei das vantagens e limitações genéricas dessa estratégia. Neste capítulo, eu abordarei os cuidados a se tomar antes de alçar um vôo solo no hangar do patrão.


1- Há uma frase que eu repito até a náusea para os meus alunos: o melhor momento de se procurar emprego é quando você ainda se está empregado. ¿Amém? Com o empreendedorismo vale a mesma dica! Considero-me um entusiasta do empreendedorismo de meia-ponta, quer dizer, ¿que tal reservar uma parte daquelas oito horas entre a labuta e a soneca para planejar sua libertação, para comprar sua alforria, para construir seu quilombo? Portanto, antes de ser demitido ou de se demitir, analise e estude quais seriam as atividades-meio que sua atual empresa poderia ou deveria delegar a terceiros, quer dizer, a você-mesmo no futuro. Prepare-se para assumi-las.


2- Algumas dessas atividades terceirizáveis que sua firma desempenha aualmente você poderia assumir como empreendedor após o desligamento, desde que você se organize e se planeje para isso. A prèparação aqui significa fazer cursos (nem tanto pelo conhecimento, mas antes pela certificação), associar-se a entidades que representam os profissionais desse ramo, participar de congressos e seminários, fazer uma lista de contatos influentes, contribuir com textos, artigos e resenhas para as pùblicações dessa área. Resumindo: empreender não precisa ser uma fatalidade que o pega de calças-curtas; pode ser uma opção de carreira planejada com maquiavélica antecedência.


3- Ao se qualificar para assumir algumas funções do seu emprego atual (ou das empresas concorrentes), considere desde já o que seria necessário em termos de investimento, equipamentos, recursos humanos, funcionários, conhecimento ou capital social (contatos) para entrar e vencer nessa área. Certo: consultoria & assessoria costumam ser serviços com baixo nível de investimento inicial. É por isso que — sejamos sinceros — trata-se da primeira coisa que os executivos demitidos pensam em fazer. Mas há casos & casos; e é possível que a área em que você prètende ingressar como consultor tenha barreiras-de-entrada proibitivas em termos de recursos financeiros.


4- Pense em como você poderá se diferenciar ou criar uma percepção coerente e inimitável de diferença em relação a) ao serviço que você-mesmo faz hoje dentro da empresa, b) ao serviço que os consutores consagrados já oferecem no mercado e c) ao serviço que a concorrência oferece atualmente. Aqui eu não considero a diferença em termos de preços baixos. Até um camelô é capaz de baixar seus preços. Os diferenciais mais importantes da sua consultoria ou assessoria devem passar pelos conceitos de àgilidade, qualidade, confiança, transparência e customização. Explore o fato de você ter sido ex-fuincionário da companhia e ofereça um serviço à imagem & semelhança dela.


5- Isso vai soar meio conspirador & maquiavélico; mas dane-se! Firme parcerias prévias com seus colegas-de-trabalho atuais quanto à possìbilidade d' eles empreenderem com você. ¿Quais deles poderiam ser seus quintas-colunas, espiões, informantes, intermèdiários e contratadores dentro da empresa, caso você saia dela e eles fiquem? Ou senão, ¿quais deles poderão integrar sua futura equipe caso todos saiam juntos no mesmo facão? Vejam: eu acabo de assistir à criação dum promissor colégio particular formado por ex-professores recém-demitidos por um tradicional colégio paulistano. Esse brotamento por cissiparidade também é comum entre os escritórios de advocacia.


6- Analise os pontos fracos & fortes da estrutura-de-custos do negócio que você quer abrir. Compare-a com a estrutura-de-custos do departamento que desempenha esse serviço hoje na sua empresa. Tente descobrir também qual é a estrutura-de-custos e a estratégia de precificação das consultorias tradicionais que já prestam esse serviço. Talvez você descubra: a) que os custos desse serviço na sua empresa atual são enormes, e ela só não quebra porque tais gastos se diluem ou se compensam pelos lucros dos outros departamentos; e b) que as consultorias consolidadas só sobrevivem por causa de ganhos-de-escala que você não teria condições de atingir desde o começo. É cilada, Bino!


8- Percebam que eu pulei o número sete de-propósito, para ver se vocês estão prestando atenção no capítulo. Por último e não-menos importante, contrato e confiança são a alma duma consultoria! Na minha brevíssima carreira de desenhista freelancer (sim: eu já fui isso), cheguei a tomar calote por serviços prestados a pessoas que eu não confiava e com as quais eu não firmei contrato algum. Desde aquela época, eu sou do seguinte princípio: se você confia, não precisa de contrato; e se você precisa de contrato, é poque não confia. Mas na dúvida, só faça negócios só quando as duas coisas estiverem presentes. Se você não puder confiar nos testículos do parceiro, apele para o texto das leis.


Até-mais-ver!


¿QUEM É JOHN GALT?

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