DÉXIMA-NONA LEI DE NILSON
- Fernando Rogério Jardim
- 31 de jul. de 2017
- 2 min de leitura

PARADOXO DA AUTOMAÇÃO. Vocês já devem ter notado que, naquelas atividades que passam a depender pesadamente de computadores ou de programação, os poucos humanos que restam no trabalho são os mais tapados que o empregador conseguiu contratar. Noutras palavras, conforme os computadores e os sistemas de automação vão se tornando mais e mais “inteligentes” (com aspas), os seres-humanos que os operam vão se tornando mais e mais imbecis (sem aspas). Experimente dar um sorvete para um caixa de supermercado e observe onde ele o enfia. Este é o chamado paradoxo da automação.
Ele que diz o seguinte: conforme a automação dos sistemas vai se tornando mais confiável e eficiente, os operadores humanos vão se tornando mentalmente desligados do trabalho (porque confiam no sistema). Uma conseqüência perturbadora disto é que, à medida que os sistemas também se tornam mais complexos, intrincados e redundantes, as chances de ocorrer uma falha diminuem, mas os impactos maléficos dessa possível falha aumentam, porque os operadores humanos não conseguirão compreender o sistema para intervir nele a-tempo de evitar a tragédia. A aviação vive hoje esse paradoxo.
Outras fontes de risco do paradoxo da automação são os carros que dirigem sòzinhos, os sistemas de navegação por GPS, os sistemas de segurança via satélite, a internet-das-coisas, as criptomoedas, os sistemas de transporte automáticos (que funcionam sem condutores), as plataformas de petróleo, as usinas atômicas, os arsenais bélicos, as instalações indùstriais, etc. A única coisa que nos salva dum apocalipse zumbi de máquinas assassinas é o estàgiário. Sim, porque enquanto a mão-de-obra dum estàgiário for mais barata que um computador, sempre teremos um “humano” à frente dos desastres.
Tenho dito.
Dr. Nilson da Costa Quente, abalizado causídico.
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