CAIXINHA DE FERRAMENTAS 10
- Fernando Rogério Jardim
- 6 de jan. de 2016
- 3 min de leitura
Crianças... ah, crianças... Vocês podem me chamar de piegas & otário. Eu deixo! (Mentira! Não deixo não!) Mas eu acredito piamente nisto: um desafio, um negócio, um projeto, uma empresa devem ser a projeção externa daquilo em que seus criadores acrèditam; devem ser a expressão exterior dos seus valores mais profundos & sagrados. Não: isto não é esoterismo nem autoajuda. Quem me acompanha neste blog, sabe o quanto eu abomino essa patifaria. Portanto, ou eu estou sendo hipócrita (julguem os senhores), ou minha opinião é insuspeita de parcialidade. Digo-lhes então: um projeto-de-futuro deve ser a matèrialização, a exteriorização, a concretização das crenças do seu criador.
Permitam-me que eu me enforque na corda da sinceridade. Minha opção por estudar o empreendedorismo em sociologia — justo nesse templo sacrossanto do esquerdismo hidrofóbico — teve a-ver com a minha vontade de esgarçar os limites dessa disciplina, arrastando-a para áreas não-convencionais do interesse dos sociólogos. E também teve a-ver com os meus valores pessoais: acredito no livre-mercado, na livre-iniciativa, acredito no talento das pessoas, acredito nos indivíduos e me considero um aiatolá fanático, um jihadista homem-bomba da mèritocracia. E o principal: já passei por muitos lugares avessos a esses valores. Este bolg é o início da minha "vingança".
¿Por que eu estou dizendo isso? Digo isto porque a dúvida sobre que negócio abrir, sobre que projeto iniciar, muitas vezes, é tão angùstiante e paralisante quanto a dúvida sobre que profissão seguir, sobre que faculdade cursar. Acho que a ferramenta estratégica que mostrarei a seguir poderá ajudar um pouco essa decisão. Nos primeiros capítulos deste blog, aluás, eu dei algumas dicas sobre como tatear seus talentos e as demandas do mercado, procurando um ponto de intersecção entre 1) aquilo que você gosta de fazer e é bom fazendo e 2) aquilo que as pessoas precisam e, portanto, estão dispostas a pagar. Então, vamos colocar tudo-isso num diagrama que eu batizei de tábua dos dez perfis.
Em primeiro lugar, você deve fazer uma lista bem detalhada das coisas que gostaria de realizar antes de morrer. Nessa lista, você deve incluir metas: 1) sociais, familiares, afetivas; 2) culturais, educacionais, artísticas, 3) financeiras, materiais, tecnológicas e 4) éticas, religiosas, estéticas. Importante: seja brutalmente, mortalmente sincero consigo-mesmo; e não se preocupe em equilibrar a quantidade de metas em cada uma dessas quatro áreas. Agora imagine uma nuvem de pontos dispersos num gráfico, como um céu totalmente estrelado. Cada um desses pontos é uma meta que você deseja atingir antes de morrer. As metas mais bacanas brilham mais: são pontos maiores no gráfico.
Agora imagine que, nesse gráfico de dispersão imaginário, uma reta seja traçada na média da distância de todos esses pontos, quer dizer, mesmo que essa reta não toque nenhum ponto específico, ela estará o mais próximo possível de todos os pontos, em especial, dos pontos mais fortes, que atrairão a reta para perto de si. ¿Parece difícil? Então, veja o exemplo abaixo. A idéia — e é disso que eu quero falar — é que seu negócio, seu projeto ou sabe-se lá o que você deseja fazer na vida, seja algo como essa reta média. Muitas pessoas trabalham numa área que está totalmente dissociada dos seus sonhos e valores. E eu suspeito que, antes de chegarem ao primeiro milhão, elas chegarão o primeiro AVC.

O espírito da coisa: um gráfico de dispersão.
O objetivo dessa ferramenta é que você reconheça em que quadrantes estão seus sonhos e, com isto, tente apròximar o máximo possível seu negócio ou projeto dele. Vamos então ao modelo. Como disse, eu o chamei de tábua dos dez perfis. Temos abaixo quatro áreas onde suas metas & sonhos poderão se encaixar. Já falei delas acima. Conforme você for adicionando pontos a essas áreas, segundo sua lista de metas, é provável que você perceba que uma ou duas áreas concentram a maioria dos pontos. Temos, então, quatro tipos puros (1- social-famìliar-afetivo; 2- cultura-educacional-artístico, 3- financeiro-metèrial-tecnológico, 4- ético-religioso-estético) e seis combinações possíveis entre eles.
Entendendo em quê perfil você se enquadra, será possível encontrar um projeto ou negócio mais afim com ele. Exemplo: suponhamos que seu diagrama esteja cheio de pontinhos robustos, distribuídos entre o quadrante 1 (social-familiar-afetivo) e o quadrante 3 (financeiro-matèrial-tecnológico). Então, ¿que tal você criar um site, rede social ou aplicativo para manter em contato parentes distantes ou perdidos? O exemplo é bobinho, mas você entendeu o espírito da bagaça. Antes de terminar, vai aqui um aviso: isto não é uma fórmula mágica do tipo teste vocacional. A decisão do que fazer na vida será sempre sua! Você é totalmente livre, perigosamente livre, humanamente livre. Ok?
Até-mais-ver!
Tábua dos dez perfis (autoria própria).
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