CAIXINHA DE FERRAMENTAS 2
- Fernando Rogério Jardim
- 11 de nov. de 2015
- 3 min de leitura
Olá, galerinha mais-ou-menos! Dando continuidade à série iniciada na semana anterior, venho hoje lhes apresentar uma das mais conhecidas & manjadas ferramentas estratégicas: a análise SWOT. Este nome vem da sigla inglesa para as palavras forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Espero que gostem!
A análise SWOT serve para que o empreendedor faça uma autoanálise de si e do ambiente interno à própria empresa, reconhecendo seus pontos fortes e fracos (S e W) e, com isto, consiga se localizar no mercado, reconhecendo igualmente as oportunidades e ameaças do seu empreendimento (O e T).
As forças são os pontos fortes e internos, os diferenciais competitivos e as vantagens que colocariam o empreendedor e sua empresa à frente das demais. Por exemplo: uma clientela cativa, a qualidade do produto ou do serviço oferecido, o capital em caixa, os parceiros poderosos, a unidade do propósito, etc.
As forças também dizem respeito à pessoa do empreendedor: seu conhecimento, suas habilidades, sua formação acadêmica e experiência profissional, seus traços de caráter, seus recursos materiais e culturais, seus contatos e as redes sociotécnicas às quais ele pertence. Tudo isso diz respeito à força da empresa.
Por sua vez, são consideradas fraquezas os pontos frágeis e internos do negócio. Por exemplo: premissas ruins, capital inicial escasso, localização inadequada dos pontos-de-venda, má qualidade do produto ou do serviço, falta de canais-de-acesso aos clientes, barreiras de entrada no mercado, dívidas, etc.
Fraquezas pessoais dos empreendedores também deveriam ser consideradas, embora boa parte dos teóricos não levem isso em conta. Por exemplo: características de personalidade inadequadas, formação deficitária, pouca experiência ou conhecimento naquele mercado, vícios, podres, etc.
Indo para o lado externo da empresa, na categoria das oportunidades encontraríamos os nichos de clientes, as demandas represadas, as necessidades não-satisfeitas, os novos mercados abertos pela inovação, pela exportação ou pela legislação, os recursos ainda não-explorados ou mal-explorados, etc.
O mesmo vale para a sua pessoa: uma das características mais apreciadas nos empreendedores é sua capacidade periscópica de detectar oportunidades escondidas atrás dos problemas (em geral, dos outros). O empreendedor é um radar atento e sempre inquieto. Ainda falaremos disso longamente .
Por sua vez, o quesito ameaças abrange uma longa lista. O empreendedorismo é o reino do risco, o universo das incertezas, das incógnitas e das variáveis. Por isso, aconselho que os empresários de primeira-viagem sempre façam um brainstorming continuado e muitíssimo detalhado das ameaças ao seu negócio.
Inovações tecnológicas, imitadores e sucedâneos, mudanças bruscas nos hábitos do público, dependência dum único fornecedor, alterações na legislação e nas normas técnicas, entrada dum concorrente agressivo, processos trabalhistas e ambientais, acidentes ou catástrofes — tudo isso são ameaças.
Oportunidades e ameaças são variáveis sempre relativas e incertas, porque dizem respeito, antes-de-mais-nada, à relação que as forças-fraquezas internas da sua empresa manterão com as forças-fraquezas externas dos concorrentes, fornecedores, instituições da sociedade, agentes do mercado, etc.
Falando em linguagem maquiavélica, poderíamos dizer que o par S-W corresponderia à virtù, quer dizer, às capacidades individuais do líder. Já o par O-T corresponderia à Fortuna, quer dizer, às forças do acaso (sejam as da sorte ou as do azar) que sempre sorriem àqueles que para elas se preparam.
Na figura abaixo, eu coloquei um diagrama SWOT básico, parecido com aquele que você encontrará em qualquer bom livro de estratégia empresarial. Lembre-se bem dele. Na próxima semana, eu proporei minha versão pessoal desse diagrama — mais completa e mais dinâmica. Aguardem!
Até-mais-ver!
Diagrama clássico para análise SWOT, maquiavèlicamente aperfeiçoado pelo autor.
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