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DESAFIOZINHO 11

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 1 de jan. de 2016
  • 4 min de leitura

Olá, classe! (Respondam mentalmente: Olá, Professor Tibúrcio!) A palavra òrganização vem de òrganismo, que traz a idéia de órgão e de coisa viva. Empresas são òrganizações e, como tais, apresentam semelhanças com os seres vivos. Vocês devem se lembrar que as nossas últimas duas ferramentas estratégicas — o modelo de Greiner e o modelo de Collins — almejavam sublinhar esse fato: as empresas têm ciclos-de-vida: elas nascem, crescem, desenvolvem-se, amadurecem, chegam ao apogeu e, se não ficarem espertas, decaem e morrem. Quanto a isto, o modelo de Greiner dá conta da curva de crescimento da òrganização, ao passo que o modelo de Collins foca o ponto de inflexão a-partir do qual as empresas declinam e colapsam. Temos, então, duas importantes ferramentas estratégicas de análise da saúde e do ciclo-de-vida duma òrganização. E é sobre esse tema o desafiozinho que eu lhes proporei no dia de hoje. Muita atenção!


Há um aspecto bastante curioso nesses dois modelos. Greiner diz-nos que o crescimento duma òrganização dá-se conforme certos princípios (que são seis), os quais têm seus próprios limites de exaustão dialética. Quando a empresa esgota esses limites, ocorre uma crise rumo a outra fase de crescimento òrganizacional. Então, para quem vê a coisa do lado de fora, parece que a empresa está falindo, quando, na verdade, ela só está passando por uma transição dialética (uma crise) de princípios de crescimento. Por exemplo: ela pode ser uma startup que vinha crescendo até ali pelo simples ímpeto da criatividade borbulhante dos fundadores, mas que, a-partir daquele estágio, necessitará dum pouquinho mais de formalização e profissionalismo. Por outro lado, Collins nos mostra que, paradoxalmente, o declínio duma empresa começa no ápice do seu sucesso, quando seus líderes contraem vícios que porão tudo a perder num futuro próximo.


Então, quem vê essa empresa apenas por suas métricas & balanços contábeis, acredita que tudo ali anda às mil maravilhas. Mas basta que observemos os padrões de decisão e o comportamento dos administradores para suspeitarmos de que algo anda muito errado. Resumindo: há uma aparência de declínio no crescimento (Greiner) e há uma aparência de crescimento no declínio (Collins). Essas duas abordagens completam-se — não apenas porque tratam dos dois extremos do ciclo-de-vida duma firma, mas porque nos oferecem diagnósticos complementares sobre sua saúde ou doença. Eu espero ter sido claro na explicação das ferramentas, crianças, porque o desafio que lhes proporei hoje vai enlouquecê-los. Pois imaginem que vocês são abalizados consultores. Num belo dia, vocês vêem sobre a mesa do escritório dois relatórios. Eles se encontram incompletos, redigidos de forma porca e que-nem a bunda de quem os escreveu, repletos de lacunas. Obra de estàgiário, certamente.


No primeiro relatório, lê-se o seguinte: "Montagens Tabajara. Indústria do setor de autopeças. Há dois anos, expandiu seu portfólio para os ramos eletrônico e polímeros. Gerida pela família até 2013. 266 funcionários. A terceira geração abriu o capital da empresa e delegou as atividades de marketing, estratégia e inovação para gestores contratados externamente (não-ligados à família). A empresa passa por renovação do quadro de funcionários. Faturamento anual bruto càlculado em R$ 2.760.000,00. Expressivo crescimento nos últimos seis anos: 19% em média. Relativa desaceleração desse crescimento em 2015. Fatores externos foram alegados. Terceira mudança do CEO em dois anos. Curioso! Os acionistas parecem desconhecer o que fundamenta as decisões da alta gerência. A alta gerência, por sua vez, parece desconhecer os problemas do chão-de-fábrica. Os líderes demonstram òtimismo e segurança. Suas salas foram ricamente reformadas."


Já no segundo relatório, lê-se o seguinte: "Pães & Doces Vovó Demônia. Indústria & comércio do ramo de alimentos (panificação). Sòciedade limitada. Há um ano, a empresa passou por um choque-de-gestão, por iniciativa dos sócios e com a ajuda da unidade regional do SEBRAE-SP. Faturamento anual bruto estimado em R$ 75.000,00. Os dados são de 2014. O crescimento encontra-se estagnado. Foram excluídos fatores externos, pois a concorrência direta cresce e se expande. Os sócios relataram temer a expansão do negócio. Curioso! Há segmentação das atividades, mas várias delas são assumidas pela mesma pessoa. Não há separação entre atividades estratégicas e operacionais. Excetuando um contador que foi contratado, os sócios exitam em contratar funcionários não-ligados à família. Eles tergiversaram sobre esse ponto. A primeira reunião conosco foi muito tensa. Relatou-se que empresa sofre hoje com a queda do padrão dos produtos e do atendimento."


Os relatórios têm o mesmo número de linhas porque seu redator deve ter TOC, assim como este que vos fala. Pois muito que ótimo, garotada! Tendo em vista as informações disponíveis nos dois relatórios e as ferramentas estratégicas explicadas (cliquem nas imagens), vocês deverão exercitar suas habilidades de consultores respondendo as seguintes perguntas: 1) ¿Em que situação (de expansão ou de declínio) encontram-se as empresas citadas nos relatórios? 2) ¿Que informações dos relatórios você levantaria para endossar suas respostas? 3) ¿Você seria capaz de localizar com exatidão, nos modelos de Greiner ou de Collins, a situação dessas empresas? 4) Se além de elaborar um diagnóstico, você também tivesse de prescrever um tratamento para cada uma dessas empresas, ¿o que você proporia para elas superarem suas dificuldades? É isso aí, gente! Às vezes, eu penso assim: o dia em que eu cismar de colocar questões assim nas minhas provas.... Hum!


Até-mais-ver!


Modelo de Greiner.


Modelo de Collins.


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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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