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DICA DE LEITURA 11

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 30 de dez. de 2015
  • 3 min de leitura

Olá, restolhos da ressaca natalina! Deixem-me dizer-lhes uma coisa. Eu tenho a sorte de raramente me arrepender comprando ou lendo livros sobre minha área. Claro: às vezes eu me deparo com encantadores-de-serpentes motivacionais (exemplo: Justin Herald) e acabo sacrificando meu dinheiro e paciência no altar das baboseiras da autoajuda. Acontece. No doutorado, tive de ler muita coisa soporífera & sonolenta, escrita por pesquisadores competentes, mas sem qualquer experiência profissional senão a duma sinecura federal e sem o mínimo talento literário ou didático — indispensáveis àqueles que desejam ser compreendidos. Mas, no que se refere às leituras de amplo acesso, eu tenho dado sorte.


Finalmente, depois de falar tanto sobre o método da startup enxuta (releiam os capítulos 18 a 21 deste blog), eu resolvi mostrar-lhes a fonte das idéias. Falo do livro A startup enxuta, de Eric Ries. Bom... Eu confesso que costumo rabiscar bastante os livros que leio, grifando as passagens mais importantes, adicionando comentários e xingamentos, fazendo paráfrases ou perífrases às frases dos autores, etc. Na folha-de-rosto, eu também costumo pôr uma observação ou apreciação geral, para mim-mesmo no futuro, caso eu queira reler o livro. E olhando para o exemplar d' A startup enxuta que tenho aqui em mãos, eu observo que escrevi nele o seguinte: "É isso! Livro foda e absolutamente necessário!"


Sim, ¿mas o que teria esse livro de tão "foda e absolutamente necessário"? Em primeiro lugar, embora seja um jovem empresário de tecnologia e não um escritor, Eric Ries tem um texto fácil, fluido e claro. Pessoalmente, eu proporia alguns reparos à estrutura e à diagramação do livro, mas a seqüência dos capítulos é, ainda assim, didática e consegue passar o recado. Em segundo lugar, o autor não cai na tentação diabólica de quase todos os gurus do empreendedorismo e das microempresas: ele não promete mundos & fundos. Eric Ries propõe-nos um método factível, mas não esconde seus fracassos pessoais, suas tentativas malfadadas e as incertezas envolvidas. Trata-se dum livro honesto.


Em terceiro lugar, Eric Ries — e eu adoro quando um escritor faz isso! — apresenta-nos um passo-a-passo prático. O livro é inteiro prático e dá inúmeros exemplos concretos de empresas verdadeiras. O estilo do texto é sóbio (embora os tradutores brasileiros tenham dado alguns tropeços de bêbado). Mas o melhor do livro é o seguinte: bons escritores dão conselhos, dicas soltas e ensinam manhas que dependem do contexto e da cultura local para funcionar. Eric Ries, por sua vez, inspirado no sistema Toyota, teve o toque de gênio de articular essas dicas soltas num sistema, num método, numa ferramenta estratégica com elementos engrenados e adaptados ao ambiente incerto das startups. O resultado foi um clássico.


Meu objetivo nesta resenha não é sintetizar todos os pontos da obra. (Para tanto, aconselho-os novamente lerem os capítulos 18 a 21 deste blog). Mas preciso destacar os seguintes capítulos: do 1 ao 4 encontra-se o cerne do modelo da startup enxuta; o capítulo 6 fala do teste de mínimos produtos ou serviços viáveis; o capítulo 7 trata da importância das métricas de crescimento; o ótimo capítulo 8 fala da manutenção de funcionalidades ou características e da pivòtagem; e o capítulo 10 fala dos motores de crescimento do negócio. Pois é, crianças, vocês estão diante dum baita best-seller. ¿E sabem o que é melhor? Este é o livro que eu darei ao vencedor da próxima promoção do blog! Aguardai-vos & confiai-vos!



RIES, Eric. "A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação para criar empresas extremamente bem-sucedidas". São Paulo: Lua de Papel, 2011. 274 páginas. R$ 39,00.



DEPOIMENTOS:


"É fácil criar uma startup enxuta no Brasil. Basta abri-la, e o Estado encarregar-se-á de secar sua conta ràpidinho."

Jô de Sá.



"Todos os modelos de gestão estão errados — miseràvelmente errados. Mas alguns, sabe-se lá por quê, funcionam!"

Doutora Paty Farias.

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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