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DICA DE LEITURA 6

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 25 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

Olá, poeiras de estrelas mortas! Pois é... Vocês devem ter reparado que este blog deu uma esfriada nos últimos dias. É que é final de semestre, minha gente; e o tinhoso vem chupando-manga para o lado do titio Fernando. Enquanto escrevo, tenho à minha frente três pacotes de provas para serem corrigidos. Pois é... ¿Quem mandou o titio Fernando não estudar? Ele acabou virando professor.


Pois bem. Na dica de leitura desta semana, finalmente, apresentarei um livro com um enredo bem nacional. Calma: ele não é uma apologia ao favelismo e ao banditismo. Ainda estamos falando de empreendedores, de microempresas e coisas assim. Refiro-me ao fato de que este é um livro com todos os ingredientes que esperaríamos encontrar num caso de empreendedorismo ao sul do Equador.


Eu ri bastante e me compadeci lendo Quebrei: guia politicamente incorreto do empreendedorismo, de Leonardo de Matos. Nele, o autor narra com uma sinceridade acachapante e uma coragem admirável as... (perdi a conta) várias vezes que faliu tentando empreender — primeiro, no ramo de hotelaria, depois, no ramo atacadista de confecção. Trata-se duma narrativa visceral de experiência.


Logo de cara, percebe-se que o autor não é nenhum escritor; não é um "acadêmico sofisticado". Sua prosa é direta, simples e franca. Lendo o livro, tem-se a sensação reiterada de se estar lendo uma conversa ou a confissão dum cara que não esconde nada, e que não perde seu tempo teorizando baboseiras edulcoradas sobre os empreendedores. Esta é a maior virtude do livro: sua franqueza.


Há mais adjetivos a acrescentar. Primeiro: trata-se dum caso real, pessoalmente vivenciado. Não estamos diante duma teoria abstrata escrita por um empresário-de-gabinete. Segundo: já falei aqui, várias vezes, sobre o inestimável valor pedagógico dos casos de fracasso. Pois bem: este é um caso de vários fracassos repetidos e aprendidos. E o autor tem muito a nos ensinar sobre como quebrar a cara.


Terceiro: Leonardo de Matos mapeia todos os obstáculos e armadilhas culturais, econômicas e burocráticas que este país coloca no caminho dos pequenos empresários — ao menos dos honestos. Aliás, ao final da leitura, o autor chega a desaconselhar que empreendamos, ao comparar esta decisão e com alternativas profissionais mais seguras, como o serviço público e o emprego formal.


Leonardo de Matos talvez não perceba, mas seu livro tem camadas mais profundas de significado, porque sua história revela traços interessantes da mentalidade pré-capitalista do brasileiro: a ambição imprudente e burra, a honestidade culpada e a confiança infantil no acaso. Leonardo também mantém o blog Armadilhas do empreendedorismo, cuja leitura eu também recomendo vivamente.



MATOS, Leonardo de. "Quebrei: guia politicamente incorreto do empreendedorismo". Rio de Janeiro: Alta Books, 2014. 144 páginas. R$ 44,00.



DEPOIMENTOS:


"Livro brasileiro sobre empreendedorismo sem falência no final é como filme brasileiro sem tráfico e miséria: não dá."

Doutor Nicanor Tucano.



"Comprei este livro porque toda a renda será revertida aos bancos para os quais o autor ainda deve sua pobre alma."

Mauricinho Compulsório.

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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