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POSTAGEM-RELÂMPAGO 11

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 3 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

1- A inveja e a torcida contrária. Neste país, o sucesso alheio é visto como uma ofensa pessoal, um tapa na fuça dado com as costas da mão, uma afronta que merece resposta à altura do Estado. O brasileiro vê a economia como um jogo se soma-zero. "Se João ganha, é porque Pedro perde." Tente convencer Pedro de que os ganhos de João criarão externalidades que o beneficiarão. Boa sorte.


2- A resistência do entorno familiar. Situação 1: "Passei no concurso público da Receita Federal!" Parabéns! Situação 2: "Vou abrir um negócio!" Hum... Boa sorte. ¿Essa reação lhe soou familiar, caro leitor? O empreendedor brasileiro ainda é visto pela família como alguém que vai para a guerra, que descobriu uma doença incurável, que desaparecerá numa peregrinação. E não é que é verdade!?


3- O mimimi e o vìtimismo. Responda-me: ¿para quê trabalhar feito um condenado, agüentar desaforo do governo e da sociedade, produzir para caloteiros e espertalhões se eu posso ingressar nalgum "coletivo" de minorias barulhentas e conseguir, pela chantagem ou pela extorsão política, o que eu não sou capaz de conseguir por mérito próprio, em trocas voluntárias no mercado? ¿Para quê?


4- O maquiavelismo tupiniquim. Nossas relações sociais estão sempre envoltas numa aura de maquiavelismo moral que nos obriga a preparar um contra-logro para nos defendermos dum logro ainda maior da outra parte. Isso contamina as negociações, dá margem à burocracia, dá emprego a intermediários dispèndiosos e faz com que o Estado-Babá venha nos proteger de nós-mesmos.


5- Estadolatria. Em países sérios, quando um sujeito tem uma idéia bacana, ele logo elabora um modelo-de-negócio, desenvolve um protótipo e vai atrás dos investidores e consumidores. No Brasil, quando um babaca acha que teve uma idéia legal, ele elabora uma política pública, aparelha minorias raivosas e vai atrás de dinheiro público em Brasília para abastecer sua ONG sem-vergonha.


6- Governofilia. O brasileiro é um povo hábil. Ele sempre encontra um problema certo para que seu estimado governo lhe ofereça uma solução errada, burra e cara. Vem daí a cultura do empresário meninão: uma criança de oitenta anos, mimada e birrenta, estragada pela superproteção alfàndegária, eternamente dependente do "alentamento" via empréstimos camaradas do BNDES. Dá a chupeta!


7- A vergonha do fracasso. ¿Você já ouviu falar na FailCon? Deixe-me ver como eu posso explicar... É uma espécie de Oscar, mas é onde fundadores de startups compartilham seus fracassos, aprendem com os erros dos outros e evitam repetir as mesmas bobagens. Isto é novo, pois o brasileiro prefere mesmo é esconder seus fracassos e caminhar, orgulhoso & apressado, rumo ao próximo tropeço.


8- Aversão a riscos. A condição natural do homem é a ignorância e a miséria. Se hoje pudemos criar uma geração de covardes e mimados, viciadas em conforto e segurança, é porque alguns de nós arriscaram sua pele e pagaram caro por isso. Eu não vou entrar em questiúnculas autobiográficas, mas creia em mim: a zona-de-conforto sufoca, a zona-de-conforto mata, viver é correr riscos, baby!


Até-mais-ver!

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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