POSTAGEM-RELÂMPAGO 17
- Fernando Rogério Jardim
- 15 de dez. de 2015
- 4 min de leitura

Exaustivos estudos baseados em pesquisa & análise de patentes permitiram que os especialistas chegassem a quarenta princípios criativos sobre os quais as inovações tecnológicas modernas se baseiam. Eu apresento a seguir os quinze mais importantes princípios criativos da inovação. Pense neles quando estiver criando seus produtos ou serviços.
Segundo esses estudos, as inovações bem-sucedidas têm essas três características: 1) solucionam contradições do ecossistema tecnológico (incompatibilidades entre tecnologias pré-existentes), 2) aproveitam recursos já usados noutro contexto (bricolagem tecnológica) e 3) avançam a fronteira tecnológica e aproximam a solução dum padrão ideal.
Princípio 1. Segmentação ou mòdulação: a inovação subdivide a solução proposta ou as soluções já existentes em seus menores componentes constitutivos, os quais poderão em seguida ser contratados ou articulados em diferentes pacotes e arranjos, a gosto do cliente. Exemplos: franquias de telefonia e Internet, cursos em módulos, combos de fast food, etc.
Princípio 2. Remoção, enxugamento, redução: a inovação remove do serviço ou produto as partes desnecessárias vistas como não-essènciais pelos clientes, oferecendo um valor mais enxuto, simples e acessível. Exemplos: redes de hotéis com quartos standard, companhias aéreas econômicas, automóveis populares, apartamentos tipo flat, etc.
Princípio 3. Valores agregados: a inovação oferece um bônus ou um extra, relacionado ao serviço ou produto já contratado, de maneira a diferenciá-lo da concorrência. Exemplos: empresas aéreas que também fornecem serviço de traslado, serviços de buffet que também filmam o evento, o eletrodoméstico que vem com livros ou vídeos de receitas, etc.
Princípio 4. Efeitos de encaixe: a inovação permite a compatibilização ou potèncialização de produtos ou serviços já existentes, cumprindo a função de normas técnicas a-posteriori. Também seriam encaixes os processos de gestão voltados ao uso de tempos òciosos. Exemplos: extensões, conectores, sistemas de macho-e-fêmea, adaptadores universais, etc.
Princípio 5. Prèvisão e fàcilitação: a inovação prevê os erros e as dificuldades que um usuário não-experiente teria ao operar o produto ou serviço, antecipando-se a eles e agregando fàcilidades à tecnologia. Exemplos: cabos e portas de computadores ou aparelhos eletrônicos com encaixe único possível, papel-de-parede que já vem com cola, cartões de banco, etc.
Princípio 6. Rede de proteção contra os imprèvistos: a inovação cria sistemas redundantes de-propósito, com vistas a compensar as possíveis falhas de operação do usuário ou a baixa confiabilidade do próprio aparelho. Exemplos: a opção do teclado na tela, teclas de atalho, comandos alternativos, contrassenhas, perguntas imbecis do Windows, etc.
Princípio 7. Formato esférico ou curvilíneo: trata-se duma inovação de design (aspecto físico exterior). Em vez de usar retas, arestas, vértices e cantos, a inovação consiste em curvar o produto de modo a melhorar seu manuseio, ergonomia ou mesmo estética. Exemplos: carrocerias de automóveis, aparelhos eletrônicos, construções, objetos de decoração, etc.
Princípio 8. Dinâmica ajustável: a inovação permite que as características ou funcionalidades dum produto ou serviço sofram pequenos ajustes dentro duma larga margem, de modo a ajustá-los aos gostos e perfis do cliente. Exemplos: roteiros de agências de viagem, planos de saúde e seguros, pacotes e combos, serviços bancários ou de telefonia, TV a-cabo, etc.
Princípio 9. Ação periódica ou pulsante: trata-se duma inovação de propaganda e marketing. Em vez duma ação contínua, a inovação cria pequenas novidades em forma de pulsos, aumentando a eficiência da campanha. Exemplos: campanhas publicitárias que criam novidades periódicas, reavivando de tempos em tempos o interesse dos clientes.
Princípio 10. Eliminação de gargalos: a inovação (geralmente de processo) visa melhorar o escoamento da produção sintonizando a cadeia-de-insumos e criando um sistema de feedback que vai do interior da fábrica até os pontos-de-venda. Exemplos: sistemas de supply chain, produção just-in-time, feedback de demanda, logística, kanban, etc.
Princípio 11. Exploração de fatores nocivos: a inovação propõe o reuso ou a reciclagem das externalidades negativas ou dos subprodutos nocivos dum processo de produção. Geralmente, são tecnologias com viés ambiental. Exemplos: tecidos feitos a-partir de garrafas PET recicladas, concreto com raspas de pneus na mistura, água de reúso, etc.
Princípio 12. Introdução de feedback: a inovação permite melhorar um produto ou serviço introduzindo nele ferramentas de feedback para a coleta das reações dos clientes. Exemplos: caixinhas de sugestões, inovação aberta, áreas de inscrição ou vàlidação em sites, botões de "curtir" e de "seguir" em blogs ou redes sociais, captação de reações, etc.
Princípio 13. Autosserviço: a inovação cria um sistema enxuto por meio do qual o próprio cliente executa quase-todos os processos de compra, transporte, pagamento, atendimento e descarte, burrando os limites entre produto & serviço e reduzindo a necessidade de funcionários. Exemplos: cadeias de fast food, declaração de impostos, catracas de ônibus, etc.
Princípio 14. Apagamento das fronteiras entre serviço e produto: a inovação cria híbridos de serviços com produtos, apagando as fronteiras entre ambos e criando novas experiências aos consumidores. Exemplos: aparelhos cèlulares e planos minutos, automóveis e serviços de manutenção & autopeças, impressoras e entrega de tonners delivery, etc.
Princípio 15. Mudança de padrões, cores e formas: a inovação explora as reações lúdicas e principalmente subconscientes que os consumidores têm com certas cores, formas e padrões, criando linhas de produtos diferentes e exclusivos. Exemplos: capinhas para cèlulares, identidade visual das lojas, customização de roupas e de carros, etc.
Até-mais-ver!
Kommentare