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POSTAGEM-RELÂMPAGO 3

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 8 de set. de 2015
  • 3 min de leitura

1- Administradores são pessoas que lidam com vàriáveis; mas empreendedores lidam com vàriáveis que são incógnitas; e o pior: são incógnitas que alteram os valores das outras incógnitas. Eis porque é tão difícil criar ferramentes de gestão para empreendedores.


2- Nos primeiros estágios, sua empresa é como um paciente terminal: frágil e doente. Portanto, tente monitorar todos os sinais vitais dele: o fluxo-de-caixa, o payback, o ponto-de-equilíbrio, a rentabilidade, o tempo e a taxa de retorno sobre o capital (ROI), etc.


3- Costuma-se dizer que os grandes empreendedores quebraram ao menos três vezes antes de terem sucesso. No contexto brasileiro, eu acrescentaria uma quarta ou quinta vezes, pondo-as na conta da nossa burocracia e da legislação tributária & trabalhista.


4- Ponha na cabeça uma coisa: no empreendedorismo, a única constante & certeza é a quebra. Somados os obstáculos culturais, econômicos e jurídicos do Brasil, empreender aqui é coisa para cabra-da-peste, filhote-do-tinhoso, sujeito-da-bexiga. ¿Entende?


5- Como toda aposta de risco, você nunca deverá investir mais de 50% das suas economias num empreendimento. Nunca! O capital deve ser acrescentado aos pouquinhos, mas o trabalho, os contatos e a informação devem ser acrescidas em doses cavalares.


6- Seja curioso: não se deixe hipnotizar com os cases de sucesso; interesse-se sobretudo pelos cases de fracasso. Eles não são trompeteados pela mídia, mas o livrarão de reprisar as burradas alheias. Seja generoso: aprenda com sua quebra e ensine as outras pessoas.


7- Considere com carinho a hipótese de continuar empregado em meio-período e ser empreendedor apenas em meio-período. Dentro dos limites da ética profissional, vá usando seu atual emprego como casulo para a gestação da sua futura empresa. Economize e aprenda.


8- Como a quebra e o fracasso são duas constantes no empreendedorismo, você deve encará-los com naturalidade, mas preparando-se para eles. A regra é a seguinte: se é para quebrar, quebre no início do negócio, faça-o em doses pediátricas e aprenda com isso!


9- Ninguém se casa pensando na separação; e ninguém cria uma empresa pensando na falência. Mas no empreendedorismo, a falência é uma hipótese a ser considerada com sèriedade. De cada 100 empresas abertas no Brasil, só 47 sobrevivem aos três primeiros anos.


10- ¿Achou ruim? Pois espere mais três anos e verá que mais 17 empresas quebraram. Ou seja, das 100 empresas abertas em 2009, apenas 30 ainda estão funcionando em 2015. A falência foi de 70% em seis anos! Estes são dados do IBGE (2010) e do SEBRAE (2012).


11- Não se trata da crise. É óbvio que ela piora os dados; mas o risco de quebra é uma característica estrutural do empreendedorismo e das microempresas. Portanto, antes de abrir seu negócio, tenha por escrito um detalhado plano de contingência para a falência.


12- Determine nesse plano qual é o sinal de alerta para fechar as portas, quem deve ser pago primeiro e quem deve ser pago por último, o que oferecer como garantia, como lidar com os sócios, bancos, clientes, fornecedores, imòbiliárias e a porcaria do governo, etc.


13- Engula seu orgulho e feche ou venda sua empresa a tempo, antes da falência. No Brasil, a burocracia falimentar é muito maior que a papelada envolvida no ato de fechar uma empresa. Pelo-menos, um fechamento planejado livrá-lo-á de lidar com bancos.


14- Falarei mais disso em momento oportuno, mas nunca financie sua empresa com empréstimos bancários; e nunca peça financiamento novo para tapar as brechas do financiamento antigo. Prefira beijar Satanás a ter de usar o limite do cheque-especial. Vade retro!


Até-mais-ver!

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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