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POSTAGEM-RELÂMPAGO 9

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 20 de out. de 2015
  • 4 min de leitura

1- Ah, leitor! Você não tem idéia de quantas & quantas vezes eu retornarei a esse tema do peru: os sócios. Ah, os sócios! Conflitos com sócios sempre figuram na lista top-10 dos motivos mais comuns pelos quais uma pequena empresa soçobra.


2- Antes-de-mais-nada, saiba que seu sócio é alguém com quem você dividirá sua ìntimidade, suas confidências, seu patrimônio, seu futuro, seus sonhos, sua rotina, seu lucro e muitas outras coisas que eu tenho vergonha de dizer aqui.


3- Seu sócio deve ter o mesmo propósito, a mesma visão-sonho, os mesmos valores morais e os mesmos objetivos estratégicos que você tem; mas ele não é obrigado a ser idêntico a você em tudo! A sòciedade é a diferença que se completa.


4- Bons sócios suplementarão suas habilidades deficitárias, trazendo ao negócio os recursos, talentos & saberes que, de outra forma, você precisaria internalizar contratando funcionários-problema, estagiários tapados e consultores do Satanás.


5- Saiba tudo sobre seu sócio. Eu disse tudo! — principalmente o passado. Tenha sempre aquela conversa com ele. Você não vai querer ser surpreendido, um dia, por uma ex-mulher ou amante grávida, reclamando metade da sua empresa.


6- É tentador chamar para a sòciedade alguém que apenas entrará com o dinheiro — justamente quando seu negócio mais precisa de capital-de-fôlego. Pois saiba que são os bons sócios que, naturalmente, atrairão o dinheiro, e nunca o oposto.


7- O sócio rico, aliás, poderá fazê-lo cair na mesma armadilha em que Maquiavel afirmava caírem os aliados fracos de príncipes poderosos: se ambos perderem, você levará a culpa; e se ambos ganharem, ele levará o crédito... e você de-brinde.


8- Entre um sócio com muito dinheiro e um sócio com muitos contatos, eu escolheria — sem sombra de penumbra — o sócio com muitos contatos! Gente-que-conhece-mais-gente é como um canivete-suíço no meio do mato, pronto para salvá-lo.


9- Entrar em sòciedade com uma pessoa sem passado ou com passado obscuro é o mesmo que apostar às-cegas em alguém cujos segredos poderão vir à-tona e comprometer fatalmente a reputação, o patrimônio e a estabilidade da sua empresa.


10- Comprometa seu sócio com o sonho que vocês estão construindo. Certifique-se de que ele não esconde nenhum plano-b que poderá frustrar ou pôr fim repentino à sòciedade: concurso público, viagem para o exterior, divórcio, casamento, etc.


11- Tome muitíssimo cuidado com pessoas que se fazem de vítimas ou vivem bolando campanhas de marketing para vender as próprias "virtudes morais". Na maioria dos casos, tratam-se de vigaristas disfarçados de santos vigários.


12- Uma corrente é tão forte quando seu elo mais fraco. O mesmo se dá com as sòciedades. Portanto, fique atento com as idiossincrasias, manias, taras, falhas e fraquezas-de-caráter do seu sócio: é nesse elo que a corrente empresarial arrebentará.


13- Boas sòciedades surgem de momentos limítrofes, nos quais a lealdade dos parceiros foi testada em condições reais. Então, responda-me: ¿Quem o ajudou a carregar sua última barra-pesada? ¿Quem se manteve firme ao seu lado? Pois este é seu sócio!


14- Vou citar aqui apenas cinco características inegòciáveis dum bom sócio: ele é leal, ponta-firme, disciplinado, comprometido e polivalente. O bom sócio vai brigar por você e com você — como um cão-de-guarda — desde o início.


15- Escolha um sócio com perfil rico, diversificado e caleidoscópico. Mas veja se ele é constante pelo-menos em seus valores & metas. Certifique-se de que seu sócio é alguém que sabe o que espera e deseja da vida... a age conforme o que fala.


16- Pessoas emotivas são geralmente apaixonadas e entusiasmadas — e isto é bom. Mas elas são instáveis e podem ser carentes e mimadas — e isto é mau. Uma empresa com duas pessoas assim vive numa eterna montanha-russa com drogados.


17- Pessoas racionais são objetivas, controladas, ponderadas e geralmente dão excepcionais administradoras e estrategistas — e isto é ótimo. Mas costumam ser entèdiantes, demasiado cautelosas e pensam "dentro da caixa" — e isto é um saco!


18- Eu daria prèferência a pessoas que já tivessem administrado um negócio anterior — e o quebrado! Isso mesmo: alguém que já quebrou uma empresa sabe detectar os sinais de perigo. E você precisará dum bom sensor anti-incêndio por perto.


19- Formar sòciedades com parentes é uma cilada, Bino! Eu tenho uma tese: cada vez que casais ou irmãos formam uma sòciedade, em algum lugar do planeta, um advogado brilha seus macabros olhos vermelhos e exala um forte cheiro de enxofre.


20- As pequenas empresas são detergentes concentrados: nelas, qualquer alteração homeopática gera resultados exponenciais — para o bem ou para o mal. Então, cuidado: sua startup terá a sua cara... ou a média entre a sua cara e a cara do seu sócio.


21- Agora o óbvio: procure para sócia uma pessoa que você respeite e admire; e que o respeite e o admire. Uma pessoa com a qual você goste de passar o tempo e que lhe inspire cùmplicidade e tranqüilidade. Não: não precisa casar com ela!


22- Enfim: procure alguém que tenha sido bastante amado na infância, que tenha gostos alternativos e contraculturais, que tenha um lado contemplativo ou meditativo, que tenha o dedo anelar maior que o dedo ìndicador (procurem saber o porquê).


Até-mais-ver!

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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