POSTAGEM-RELÂMPAGO 27
- Fernando Rogério Jardim
- 23 de fev. de 2016
- 2 min de leitura

1- A capivara dos fundadores. Investidores, quando existem, investem em pessoas; não em empresas e não em produtos. Eles sabem que uma tecnologia sensacional, posta nas mãos duma equipe pouco azeitada e com pessoas limitadas, fatalmente fracassará. Portanto, investidores costumam atentar para a formação, a trajetória e as realizações anteriores dos fundadores da startup. Crie uma equipe de craques humildes.
2- Tudo no azul. Sua empresa não pode ter dívidas; você e seu sócio não podem ter dívidas. Dívidas e passivos costumam ser inibidores de investidores que vocês não terão mesmo, mas tudo bem... Sua empresa precisa ser saudável — administrativamente, financeiramente. Um saldo azul atrai investidores no início, compradores no final e parceiros no decorrer. Ademais, empresas saudáveis têm margem para negociar.
3- Retorno do capital. Mais que o lucro, os investidores costumam atentar para outros três fatores: a) fluxo-de-caixa, que é o sangue que irriga as operações da empresa; b) retorno sobre o investimento (ROI), quer dizer, a taxa de lucratividade do empreendimento, que indica quanto tempo demorará para que o dinheiro investido retorne e c) os ativos: coisas que poderão ser vendidas e liquidadas se tudo der errado.
4- Antecedentes. A ausência de processos judiciais tramitando (indenizações, multas, condenações), de pessoas que poderão paralisar de alguma maneira os negócios (funcionários ressentidos, sócios em litígio, clientes irritados, associações de coitadinhos, etc.), empréstimos volumosos e demorados, pendências de documentação (alvarás, licenças, etc.) também tornam o negócio mais atraente.
5- Meta, foco e rumo realistas. Esqueça: nem sua mãe lerá seu plano-de-negócio de setenta páginas. Mas você precisa ter muito claras (e devidamente confirmadas) sua tese de valor (¿o mercado quer mesmo o que você prètende lhe oferecer?) e sua tese de ganho (¿como você prètende ganhar dinheiro com esse negócio?). Seja claro, conciso e realista! Não pense que vai enganar esses lobos-velhos com projeções inventadas.
6- Accountability. Deixe muito claro — com riqueza de detalhes, com gráficos e cronogramas — como você pretende gastar a grana dos investidores. (Nenhum centavo deve ser gasto se não agregar valor ao produto ou serviço da empresa). Crie e mostre por quais canais você fará a prestação-de-contas aos investidores e interessados. Seja um aiatolá transparência e do accountability. Demonstre sèriedade.
7- Histórico. Investidores têm uma mania chata: eles cuidam bem do próprio dinheiro e, portanto, não o entregarão a aventureiros. Fundos de capital-de-risco e investidores-anjo preferem apoiar pequenos empresários que já tenham iniciado o caminho com as próprias pernas, com os próprios meios. Portanto, quem começou o negócio sòzinho, desde baixo e tem alguma realização a apresentar, têm preferência dos investidores.
8- Contrapartidas. Quase-sempre, investidores exigem contrapartidas para botarem dinheiro numa startup. Na maioria das vezes, essa contrapartida é o controle da empresa. Noutras palavras, você continuará sendo o proprietário e o responsável, mas quem dará-as-cartas na firma dali para frente será o investidor. ¿Seu ego agüentaria isso? ¿Você não se sentiria uma mãe desnaturada abandonando seu bebê?
Até-mais-ver!
Comments