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CARTAS PARA JOVENS EMPREENDEDORES 7

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 6 de fev. de 2016
  • 2 min de leitura

São Bernardo do Campo, 6 de fevereiro de 2016.

Caro Guilherme, ­­


Lamento informar, mas sua carta foi totalmente destruída pelo Neném (meu gato) durante um ataque de fúria. Sabe... ele anda muito ciùmento e temperamental. Quando cheguei, lá estava ele, lambendo as patinhas sobre uma montanha de pepel picado, ao lado da mesa-de-centro, que foi onde eu deixei sua carta antes de sair. Sinto muito. Talvez, agora, vocês parem com essa bizarrice e passem me mandar e-mails, que é uma coisa deste século.


A Cláudia me disse que vocês estão tendo difìculdades com o atendimento na loja, e que pensam em contratar uma secretária. Cara... Você já deve ter ouvido aquela piada sobre funcionários, né? Funcionário é aquele sujeito que chega tarde, sai mais cedo, rouba a empresa e vai embora cobrando o que não deve na justiça. Eu não estou aí para ver como as coisas estão. De qualquer forma, contratar o primeiro funcionário é um baita desafio.


Acho que a primeira coisa que vocês devem fazer é se perguntar se realmente precisam dum funcionário. ¿O que poderia ser aí automatizado, rotinizado, transformado em autosserviço? Se a afobação na loja de vocês for sazonal, ¿seria possível perdir uma força temporária e informal de alguém da família, de amigos, de colegas? Por fim, se a loja de vocês precisa de algo-mais além de braços, ¿por que não trazer um sócio, em vez dum funcionário?


Cara... Se vivêssemos num país sério (o que não é o caso), não seria preciso tomar tantas prècauções antes de contratar funcionários. Mas ao colocar qualquer pessoa com essa denominação dentro da sua loja, saiba que você precisará pagar um salário para ele e quase outro salário para o governo. ¿Você e a Cláudia já têm fluxo-de-caixa para isso? Veja, Guilherme: eu não disse lucro; eu disse fluxo-de-caixa – o sangue òxigenado da empresa.


Você arcará com impostos trabalhistas, FGTS, INSS, férias, décimo-terceiro salário e todo o pacote de bondades que o papai Getúlio e o papai Benito deram para nós. Sem falar dos riscos de processos trabalhistas. Aliás, ¿esse funcionário terá funções bem definidas na loja? ¿Que tal, então, definir também seus valores, quer dizer, ¿que tal contratar um funcionário que, por ter os mesmos valores dos chefes, nem precisará ser "chefiado"?


O último conselho: contrate devagar para não ter de demitir depressa. E não contrate pessoas com base em suas competências técnicas, em suas qualificações acadêmicas. Isso é fácil de conseguir treinando o cara. Contrate antes pela postura, pelo perfil, pelas atitudes. É mais fácil treinar um burro honesto que reformar um canalha talentoso. Bom... Espero ter ajudado. Eu não sei se eram essas as dúvidas contidas naquela carta que o Neném rasgou.

Boa sorte!

Fernando.

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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