DESAFIOZINHO 21
- Fernando Rogério Jardim
- 11 de mar. de 2016
- 4 min de leitura
Olá, peões da casa própria! Girando, girando... Já vou avisando que o primeiro que responder corretamente & completamente a este desafio receberá em casa, sem despesas de correio, o livro “Como Steve Jobs se tornou Steve Jobs” – uma biografia do fundador da Apple baseada em entrevistas feitas com ele há trinta anos. Peço para que aguardem alguns instantes enquanto posto as regras da promoção – a quarta do Start-Aspas. E nada melhor que um livro sobre o Estêvão Trampos para prèmiar o vencedor dum desafio sobre inovação.
Pois muito que ótimo! Ontem eu mostrei aqui (clique) uma ferramenta estratégica para a tomada de decisões de inovação. Em poucas palavras, em vez de sair por aí criando produtos ou serviços (supostamente inovadores) de maneira psicodélica e impensada, arriscando-se a oferecer aos clientes algo que eles não entenderão ou valorizarão, algo que a concorrência já conseguiu fazer melhor e a um preço mais baixo ou algo que arrebentaria com sua planilha de custos se levado a diante, é melhor atentar para algumas variáveis. Daí a estratégia.
A ferramenta mostrava uma seqüência de decisões com epiciclos de perguntas a serem respondidas pelo empreendedor que deseja inovar. As questões se referiam a: 1) Ùtilidade: ¿sua idéia realmente gera valor excepcional aos consumidores. 2) Preço: ¿seu preço é acessível aos clientes e compatível com o valor que eles vêem na sua oferta? 3) Custo: ¿é possível cumprir com sua meta de custo para lucrar com o preço estabelecido pela estratégia? 4) Adoção: ¿você removeu do caminho dos clientes todas as barreiras de adoção ao produto?
O mais interessante dessa ferramenta – que tiramos do kit do oceano azul – é a seqüência lógica dessas decisões, como explicado ontem. Mas chega de lero-lero. Vamos direto ao ponto. Considere as três startups abaixo. Todas elas caíram no conto-do-viário inovador. Esforçaram-se para oferecer um produto supimpa (gíria velha) para o cliente, mas – talvez por não terem considerado algumas incógnitas – têm tomado bonitinho na tarraqueta. Analise, portanto, esses casos e, com base na matriz decisória das inovações, responda o solicitado.
1- Neurotic Infoway. A pequena empresa, sediada num importante centro financeiro, trabalha com a òtimização de softwares de gestão para escritórios de companhias multinacionais. Os clientes compram o software e solicitam à Neurotic Infoway que o adequem às suas necessidades específicas, mudando o programa. O diferencial da empresa – seu oceano azul – é que todo o trabalho de òtimização é feito online, a quatro-mãos, interativamente com o demandante. Ao lançar esse petardo, a Neurotic Infoway destacou-se no mercado, porém...
Por motivos de segurança das informações e direitos autorais, o processo de òtimização colaborativa exige dos clientes uma série infernal de senhas-de-acesso, desde o momento da instalação até o fechamento da versão final – sem contar que essas senhas precisam ser modificadas de-tempos-em-tempos. Os engenheiros não pareciam se pèocupar com isso, dado que os escritórios continuavam chegando – até que, num belo dia, eles leram numa revista de gestão uma matéria bem negativa sobre seu sistema. O título era: “Infoway to the hell.”
2- Cacunda do Centauro. Esta simpática academia de mùsculação, localizada na aprazível cidade de Diadema (atenção: sarcasmo), teve uma idéia do cão: levar a diversão da Zumba e a emoção do Crossfit para as festas infantis. A festa fica mais animada quando os pequenos satanazes gastam toda a sua fúria infantil pulando feito cabritas e puxando-maromba como estivadores. A Cacunda do Centauro encarrega-se de fazer tudo: contratar os professores e animadores, transportar os aparelhos de mùsculação adaptados para crianças, o som, etc.
Tudo parecia ser um sucesso duradouro e escalável. Franquias, produtos, vestuário – o céu era o limite. Nenhuma academia tivera antes a idéia de adaptar essa nova febre fitness para os sempre cafonas buffets infantis. A Cacunda do Centauro parecia ser a única pirata dum imenso oceano azul de não-clientes ávidos por diversão. Mas daí vieram as contas. A complexa logística envolvida nesses eventos pareceu arrebentar com o orçamento da empresa. Os alarmistas de plantão já apregoam: “oh, ¿e agora, quem poderá nos custear?
3- Banqueiros Líricos Produções & Propaganda. Esta produtora de vídeos para mídias virtuais, localizada na conservadora & heterossexual Vila Madalena, criou um novo conceito de produção de conteúdo para marketing nas redes sociais. Usando um site colaborativo semelhante ao da Neurotic Infoway, a Banqueiros Líricos Produções disponibiliza templates (padrões prontos) de imagens, trilhas sonoras, edição e locução de vídeos para que o próprio usuário crie seu material que, por um valor extra, poderá ser melhorado pela empresa.
Após alguns casos de vídeos virais que tornaram a empresa conhecida e lucrativa, o número de clientes começou a despencar. A Banqueiros Líricos Produções esperava ganhar dinheiro com o patrocínio dalguma estatal corrupta aparelhada por esquerdistas ladravazes, mas parece que o projeto deu ruim. (¿Por que será?) Os sócios da agência começaram a desconfiar (mas isso são sòmente hipóteses) de que os clientes não vêem tanto valor num serviço que eles-próprios poderiam realizar com templates gratuitos disponíveis na Internet.
Pois bem, senhoras & senhores! Com base nesses três casos e na matriz de decisões de inovação, respondam: 1) As empresas se frustraram em suas tentativas de inovação por causa de que tipo de erro? Cada caso é um caso. Justifique sua resposta. 2) Se você fosse um consultor, quer dizer, um executivo sem emprego, ¿que conselhos você daria para cada uma dessas empresas, de modo a tornar suas inovações lucrativas e bem-sucedidas? Sigam as instruções da pròmoção (postagem posterior). Responda nos espaços abaixo e boa sorte!
Que comecem os jogos!

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