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CAPÍTULO 40: PLANOS-DE-NEGÓCIO:VAMOS ACABAR LOGO COM ISSO!

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 9 de mai. de 2016
  • 5 min de leitura

Saiba como escrever um emocionante índice e um sensacional sumário executivo (atenção: sarcasmo).


Olá, revolucionários situacionistas e opositores governistas! ¿Como vai esse golpe de meu-deus, hein? ¿Já levantaram as patinhas dianteiras hoje para relinchar, pela última vez, "não vai ter golpe"? Ah... É o seguinte: na semana passada, eu prometi escrever aqui uma série de capítulos sobre planos-de-negócio. Leia o capítulo anterior (clique) e saiba tudo o que eu penso sobre essa tosca literatura ficcional. Então, devo-lhe confessar, desde nunca, que a redação deste e dos próximos capítulos vai diretamente contra meus princípios mais prìncipescos; vai contra meus valores "sociais e políticos, filosóficos e artísticos" (Falcão). Mas... promessa é promessa, crianças. Hoje, então, tratarei da estrutura básica dos planos-de-negócio — seu conteúdo inevitável. E nas semanas seguintes, continuarei detalhando tópico por tópico dessa joça. Então, vamos lá!

Dolabela (2014) e Dornelas (2015), cujos livros você poderá encontrar devidamente comentados nas dicas de leitura (clique) ou devidamente referendados na bibliografia do Start-Aspas (clique), são excelentes referências para a confecção desses inúteis documentos. Se você quiser uma abordagem bela, recadada & do-lar sobre essas coisas, consulte-os. Eles são autores sérios. Mas se você quiser saber o que eu — um sujeito normal, na loucura real — penso sobre o tema e como eu escreveria um documento desses, prossiga a leitura do capítulo. Porque um bom plano para sua startup, leitor, deve ter entre vinte e — no máximo dos máximos! — setenta páginas A4, em espaço duplo, em Arial ou Times, fonte doze. Eu tenho uma regrinha: quanto mais longo for um plano, mais mentiras ele contará e mais dados defasados sustentá-lo-ão.

A vàriância no número de páginas dependerá: 1) do quão complexo é o seu negócio e, portanto, da quantidade de parâmetros envolvidos na estratégia de mercado, nos processos de fàbricação ou atendimento, no marketing e nas questões contábeis e jurídicas (as mais complicadas e delicadas); e 2) da quantidade de informações relevantes ou confiáveis que você possuirá para encher essa lingüiça de chuchu diet. O importante é saber que um leitor hiperativo só lerá o sumário executivo; uma incubadora ou aceleradora, só lerá a descrição da empresa e, talvez, a seção sobre produtos e serviços — interesse compartilhado pelos engenheiros —; um investidor anjo ou de risco irá direto para a seção sobre viàbilidade financeira; e um consultor folheará sòmente as páginas relativas à estratégica, ao marketing, à propaganda e às táticas de vendas.

Sejamos francos: se você quiser usar seu plano-de-negócio como uma peça de propaganda corporativa, deverá adaptar sua lìnguagem e corresponder bem às expectativas de cada um dos possíveis leitores. Assim, as chances de agradar serão maiores. Mas vamos às questões de estrutura. Bons planos-de negócio possuem oito seções, além da capa e do índice: 1) sumário executivo; 2) descrição da empresa; 3) produtos e serviços; 4) segmento-de-mercado e concorrência; 5) propaganda, marketing e táticas de vendas; 6) análise estratégica; 7) viàbilidade financeira e 8) anexos (quando houver). E aqui vão alguns conselhos básicos. O plano-de-negócio é o cartão-de-visitas da sua empresa: ninguém o solicitará; mas caso o solicitem, é bom mostrar um troço legal: bem-redigido, mas não literário; objetivo, mas não lacônico; didátivo, mas não extenso.

Como raramente alguém lerá todas as seções do seu plano, é importante que ele seja estruturado como um manual-de-instruções. Quando você está aperreado para configurar o controle-remoto do seu vídeo-cassete (eu sou varado em anos), você quer ir direto à página com a solução; não quer ler nada além daquela solução; não quer se confundir instruções ambíguas, com jargão técnico, com lìnguagem parnasiana. E... você precisa achar esse manual no meio das tralhas! Portanto, tudo começa com a capa. A capa do seu plano deve conter as seguintes informações: a) o nome da firma; b) o endereço da empresa; c) o telefone da empresa; d) o site, o e-mail e as redes sociais, quando houver; e) o logotipo da empresa, f) os nomes, os cargos e os endereços pessoais dos donos da firma, g) a data em que o plano foi escrito e h) o número da cópia.

Depois da capa, o índice deve ìndicar as oito seções do plano, com sua respectiva pàginação. Quando houver subseções, deverão ser discriminadas e pàginadas. Na página seguinte ao índice — atenção! — vem a parte mais importante & zabumbada do documento: o sumário executivo. O sumário executivo está para os planos-de-negócio assim como o resumo e as palavras-chaves estão para os artigo científicos: embora ele seja a primeira seção do plano, é aconselhável que ele seja a última coisa a ser escrita, uma vez que o sumário executivo apresenta, em seqüência, um panorama geral de todas as demais seções. Ele prèpara o leitor para o que vem a seguir. Mas considerando a possìbilidade de que o leitor não leia o resto, o sumário executivo deverá oferecer uma idéia completa, porém, concisa, da essência do negócio. Não mais que duas laudas!

Tenha sempre em mente o público-alvo do seu plano. Se você está tentando convencer um investidor, ènfatize logo-de-cara sua viàbilidade financeira, o retorno, as margens esperadas, etc. Seu sumário executivo deverá então responder às seguintes perguntas: 1) ¿O quê? ¿O que você pretende com sua empresa? ¿Qual é o objetivo desse plano? ¿Qual é seu produto ou serviço? ¿Quais são sua visão (motivações), missão (objetivos de longo prazo) e metas (objetivos de curto prazo)? 2) ¿Por quê? ¿Qual é a justificativa para seu empreendimento? ¿Quê necessidades e expectativas ele vai satisfazer? 3) ¿Como? ¿Como você oferecerá aquele serviço ou produzirá aquele produto? ¿Como você lidará com as atividades operacionais? ¿Quais são os processos e protocolos envolvidos? ¿Quais são as matérias-primas e tecnologias necessárias?

4) ¿Quanto? ¿Quantos recursos serão gastos? ¿Quanto será consumido em termos de recursos financeiros, humanos, matèriais, simbólicos, tecnológicos, etc.? ¿Quanto você espera receber de lucro por isso? 5) ¿Quando? ¿Quando seu negócio foi iniciado? ¿Quando você precisará daqueles recursos para sua empresa? ¿Quando você espera atingir o ponto-de-equilíbio (aguardem os próximos capítulos) do negócio? Quando ocorrerão os pagamentos dos eventuais empréstimos, salários, aluguéis, royalties, etc.? Quando você espera atingir ganhos-de-escala? 6) ¿Quem? ¿Quem são seus sócios, capangas, cúmplices, milicianos, chicaneiros, achacadores, parceiros, seguidores, etc.? 7) ¿Onde? ¿Onde sua empresa está instalada? Onde está seu segmento-de-mercado? ¿Onde a Polícia Federal poderá encontrará seus sócios?

Ah, crianças... ¿Então cansados? Pois saibam que eu nem comecei! O resto ficará para o próximo capítulo. Ainda bem que o titio Osterwalder criou o model canvas e, graças-em-credo à talentosa turminha do Strategyzer, hoje é possível quebrar uma empresa sem precisar passar por esse inferno antecipado dos planos-de-negócio. Bastam uma lousa e um bloquinho carnavalesco de post-its. Eu lhes juro: se eu precisasse escrever um troço desses, daria um tiro na minha própria cabeça e, como garantia extra, pularia dum prédio fumando. Mas sosseguem essa pitomba! Na próxima semana, continuarei com essa palhaçada — com Dilmãe ou sem a Dilmãe. Aproveitando as linhas de texto que me restam, aviso os senhores & senhoras que esta semana é a semana da pròmoção, com mais um livro grátis para quem responder ao desafiozinho. Aguardai-vos!

Até-mais-ver!

¿QUEM É JOHN GALT?

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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