DICA DE LEITURA 30
- Fernando Rogério Jardim
- 11 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

Olá, pixulecos e empixados! Veja bem: preste atenção: este é um livro que você precisa comprar, ler de-joelhos e com as mãozinhas juntinhas, em reverência à equipe de criação da Strategyzer, comandada por Alex Osterwalder — o mesmo criador do model canvas. Falo sério! Esqueça os tèdiosos manuais de gestão da inovação, com seu espetáculo de òbviedades engomadinhas; esqueça todo aquele candomblé pùblicitário das revistas de design de produtos e serviços; esqueça os conselhos genéricos de consultores picaretas, em seus picadeiros de pose & vácuo. Esqueçam essa palhaçada! Leiam "Value proposition design: como construir propostas de valor inovadoras", editado pela Strategyzer.
O livro é um fantástico! sensacional! e brilhante! (exclamações inclusas) manual para a criação, desenvolvimento, protòtipagem, captação de feedback, aperfeiçoamento e teste de produtos e serviços. É um manual de inovação. Apesar d' o título ser infeliz (a única coisa que eu mudaria nele), o livro é, antes-de-mais-nada, um colírio para os olhos: é visualmente òrganizado e agradável; é ricamente ilustrado, com diagramas e esquemas bem didáticos; possui textos em tópicos, caixas e ênfases; traz exercícios, muitos exemplos com casos, imagens e esquemas-síntese. Esta é apenas a peculiaridade mais chamativa do livro. Para quem está acostumado com as feias pùblicações brasileiras, o livro provoca uma invejinha.
Mas o livro não é apenas belo; ele também é recatado & do-lar! Digo: tem um conteúdo primoroso. Dividido em quatro seções, ele traz uma carga ótima de ferramentas estratégicas — práticas, eficazes e simples — para a ideação, criação e testes de inovações de produto ou serviço, baseadas no que há de melhor em matéria de modelos teóricos: a startup enxuta (pág. 184-187), o design thinking (pág. 70-157) e o oceano azul (pág. 128-131). Eu sei que, falando assim, parece até que eu sou o tiozinho-propaganda da Strategyzer; haverá quem diga que eu estou levando um para zabumbá-lo desta forma. Mas não. É elogio sincero de quem ficou feliz e positivamente impressionado com a obra.
Meu exemplar deste livro está cheio de grifos, setas, orelhas, ênfases, marcações e comentários. O Value Proposition Design está dividido em quatro seções, como dito acima. Na primeira seção (pág. 10-63), os autores mostram o clássico model canvas, ensinando como conceber uma proposta imbatível de valor ao cliente, e como reconhecer esse segmento-de-mercado. Quem acompanha o blog Start-Aspas, verá que já tratamos desses assuntos aqui, nas Ferramentas 22 a 26 (clique). O livro, porém, inova ao desdobrar o model canvas nos seus detalhes menores, dando um zoom na forma como um produto ou serviço poderá se encaixar às dores ou ganhos do cliente. Mais didático, impossível.
Na segunda seção (pág. 70-171), encontramos um pesado arsenal de ferramentas de design thinking, que poderíamos traduzir toscamente como "estratégias e ferramentas de desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores, considerando, desde o início, sua destinação às necessidades e expectativas dum dado cliente." Bom... é melhor chamar mesmo de design thinking. O livro explica e dá exemplos de ferramentas como a mineração de informações, a entrevista, a investigação, a etnografia e a observação (participante ou não-participante), a personificação ou teatralização do cliente típico, a cocriação e os testes com grupos focais. Esta parte também oferece ferramentas para teste de idéias.
Aliás, na terceira seção (pág. 178-235), é hora de finalmente apresentar sua idéia ao cliente, jogando-a aos tubarões do mercado. O livro dá uma série de dicas e ferramentas para protòtipagem, pivòtagem e vàlidação das idéias. Esta seção, enfim, trata dos testes. É hora de ir a campo, arregaçar as manguinhas, captar dados, conseguir feedback e ver como essas informações poderão ser aproveitadas para a melhoria da proposta, confirmando-a ou impugnando-a. Neste quesito, o livro vai além e, através de exemplos concretos, ensina-nos estratégias de marketing para o lançamento dum produto ou serviço no mercado: como criar expectativa, viralizar sua proposta, captar reações, consultar os clientes, etc.
A quarta e última seção (pág. 260-272) trata do que fazer com o feedback reunido durante a fase de teste: o aperfeiçoamento da proposta de valor ao cliente. É a seção mais curta do livro, mas seus recursos não terminam aqui. Se você tiver o livro físico e se cadastrar no site do Strategyzer (clique), poderá baixar uma série de templates e exercícios. Há recursos premium bacanas ali também. Enfim, crianças... Sinceramente, acho que este é um livro de consulta obrigatória para quem quer conhecer seu mercado e oferecer uma proposta inovadora sem dar com os burros n' água nem tomar na tarraqueta com salto triplo carpado. Agora, permitam-me enrolá-los um pouco até completar o parágrafo. Pronto!
Até-mais-ver!
OSTERWALDER, Alex & alii. "Value proposition design: como construir propostas de valor inovadoras." São Paulo: HSM, 2014. 292 páginas. R$ 79,90.
DEPOIMENTOS:
"Quero que devolvam meu dinheiro! Comprei esse livro para colorir e ele já estava colorido."
Gambá Machado, senador petista levemente retardado.
"Mais didático que esse livro, só se na próxima edição ele vier com marionetes e massinha-de-modelar."
Doutor Catedrático Pinto, aeromodelista e modelo.
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