POSTAGEM-RELÂMPAGO 39
- Fernando Rogério Jardim
- 17 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

1- Construção de muralhas. Depois de construir seu império, você desejará protegê-lo dos Gengis Khans corporativos, construindo muros ao redor da pròpriedade. Se você faz como o McDonald's ou a Coca Cola, investindo uma quantidade pornográfica de dinheiro em marketing, mesmo sendo marcas mundialmente conhecidas, você está construindo muralhas que seus inimigos não poderão alcançar. Você cria, com isso, distâncias seguras.
2- Opacidade do negócio. Uma das coisas que a Internet fez foi empoderar os consumidores disponibilizando-lhes uma quantidade incômoda de informação, por meio da qual eles poderão comparar preços, jogando você numa guerra insana por preços baixos com a concorrência. Não caia nessa! Mantenha em segredo seus custos, os salários que você paga, sua lista de fornecedores e stakeholders. Transparência demais deprime suas margens.
3- Atualizações constantes. Atualizar o software de gestão da sua empresa antes que ele fique obsoleto; repàginar a decoração do seu restaurante antes que ele fique cansativo são formas de despistar ou confundir a concorrência, mantendo-se numa distância higiênica dela. Pequenas inovações incrementais são baratas, simples, ìndicam ao cliente que você é cuidadoso e indicam aos adversários que você pode lhes dar trabalho. Atualize-se!
4- Proteger suas informações e conhecimento. Por informações e conhecimento eu incluo a vasta gama de ativos imatèriais e subjetivos cuja lista engloba sua reputação, sua marca e nome, as hàbilidades dos seus funcionários, suas inovações, patentes e modelos-de-ùtilidade, seu domínio sobre processos e recursos, sua capacidade de aprender, sua capacidade de atrair e manter indivíduos talentosos, até roubando-os da concorrência, etc.
5- Contratos. Isso inclui acordos de não-competição com funcionários-chave que eventualmente abandonem a sua empresa e resolvam abrir a própria, atuando no mesmo mercado que você; acordos de não-revelação de métodos e técnicas sensíveis com fornecedores ou funcionários; acordos de resolução de conflitos por meio da mèdiação, conciliação ou arbitragem, evitando processos custosos para ambas as partes.
6- Redução de preços (e de lucros). Isso serve tanto para você criar uma barreira antecipada contra novos entrantes, mantendo por algum tempo um preço artifìcialmente baixo que desestimule a concorrência, como para adequar-se às novas margens-de-lucro dum mercado saturado ou declinante. As estratégias envolvendo preços são burras, limitadas e suicidas, só devendo ser usadas como último recurso desesperado contra a concorrência.
7- Maçonaria particular. Alinhavar parcerias estratégicas, criando uma reserva informal de fornecedores, financiadores, recrutadores, funcionários — incluindo aí pessoas do meio político e artístico que poderão, desde que dentro das leis, ajudar seu negócio, pode ser vital para você a longo prazo. Tenha um "soldado" seu em cada ponto-chave do mercado. Seus concorrentes devem sentir que estão lutando contra o Estado Islâmico ou o PCC..
8- Dossiês e mais dossiês. A ciência ainda provará que os paranóicos têm uma expectativa de vida maior que a dos tranqüilões & prafrentex. Você nunca sabe que tipo de informações — sobre seus consumidores, concorrentes, fornecedores, trajetória tecnológica, entrantes, imitadores, sucedâneos, legislação, etc. — serão importantes e quando. Portanto, a regra é: guarde tudo. E saiba usar esses dossiês como recursos: troque-os, venda-os.
9- Ataque fanático e impiedoso. Na cadeia, dizem que a única forma de você não ser estuprado é arrumando uma briga e ferindo alguém logo no primeiro dia. O mercado é um cadeião. Imponha o respeito sendo malvado.Compita com altivez. Aprenda a apanhar se for preciso; mas quando começar a bater, não pare de bater, ou você vai voltar a apanhar. A melhor estratégia defensiva é a ofensiva. Dê o que falar aos seus miseráveis concorrentes!
ATÉ-MAIS-VER!
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