POSTAGEM-RELÂMPAGO 42
- Fernando Rogério Jardim
- 7 de jun. de 2016
- 2 min de leitura

1- Custo-traição. ¿Qual é a dificuldade d'o meu cliente me abandonar, trocar-me por outro-alguém? Se meus clientes se mantêm fidelizados ao meu negócio por vários anos, beleza! Mas se nada impede que eles me troquem por outra empresa, hum... deverei reconsiderar essa estratégia. Empresas telefônicas têm cláusulas que mantêm os clientes cativos (reféns) por um período-de-tempo suficiente para enlouquecê-los. A Apple fideliza seus seguidores produzindo acessórios que só se encaixam... adivinhem: nos produtos da Apple.
2- Receitas recorrentes. Após comprar uma primeira vez comigo, ¿meus clientes voltarão à minha firma de-novo e de-novo, como se fossem vìciados padecendo de abstinência? Se cada venda que eu fizer for um parto novo, que não acontecerá novamente, e para cada novo cliente um novo parto precisar ser repetido — com todas as suas dores... hum... melhor reconsiderar meu modelo-de-negócio. Os aparelhos de barbear geram rendas recorrentes com lâminas. As impressoras geram rendas recorrentes com cartuchos.
3- Ganhar antes de gastar. ¿Até que ponto meu negócio permite que eu gere um caixa antes de precisar pôr a mão no bolso com os investimentos mais escàndalosos? Se meus processos de fàbricação e atendimento precisam se antecipar às intenções de compra dos clientes, dentro-em-breve, eu serei afogado pelos custos fixos do meu negócio. Devo pensar, então, num modelo-de-negócio baseado quase-todo em custos vàriáveis e cuja renda venha de pagamentos antecipados ou independentes de gastos prévios.
4- Estrutura-de-custos muquirana & competitiva. ¿Será que a minha estrutura-de-custos é ao-menos 30% mais econômica que a do concorrente? Se eu gastar mais dinheiro para oferecer a mesma porcaria que meu rival, isso não será um problema tão sério enquanto meus clientes continuarem vendo valor naquilo que eu produzo e achando que o preço que pagam compensa o que recebem. Mas... quando a competição se acirrar e meus produtos se tornarem similares aos do concorrente, quem tiver fôlego para baixar preços, viverá.
5- Escravos voluntários & saltitantes. ¿Até que ponto as tarefas que meus clientes fazem geram grana para mim? Noutras palavras, como meu negócio poderá se aproveitar das atividades de terceiros, sem pagar nada por elas? O Facebook e o Youtube não produzem nenhum conteúdo: tudo o que há de fantástico ou de sórdido nessas redes sociais foi produzido e postado pelos próprios usuários. Ao redor do mundo, todos os dias, titio Zuckerberg conta com o trabalho de bilhões de escravos voluntários & saltitantes.
6- Escalabilidade estratosférica. ¿Com quê fàcilidade meu negócio cresce (com o perdão da alusão sexual) sem obstáculos, barreiras, estímulos ou esforços adicionais? Será que eu poderia fazer mil cópias desse meu negócio sem perder sua qualidade e eficiência, sem saturar o mercado e enjoar meus clientes, como fazem as malditas franquias? As redes sociais, os cartões-de-crédito, o ensino à-distância, os serviços de telefonia e TV a-cabo são exemplos de modelos-de-negócio cuja capacidade de expansão é virtualmente ilimitada.
7- Barreiras contra a concorrência. ¿Será que meu modelo-de-negócio tem barreiras e escudos contra a imitação, o roubo de clientes, a entrada de novatos, as tecnologias emergentes, a cagação-de-regras pelo governo, as taxas de câmbio? Cuidado: modelos-de-negócio são seres vivos, são estruturas dinâmicas. Com o tempo, ele ficará caduco, e você precisará adaptá-lo às mudanças do mercado, tirando barreiras que se tornaram inúteis ou estorvos para você-mesmo; e adicionando barreiras às ameaças novas que surgirem.
Komentarji