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CAIXINHA DE FERRAMENTAS 38

  • Fernando Rogério Jadim
  • 21 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

Olá, injustiçados pelo não-sei-quê! Lá vou eu entrar em assuntos polêmicos como mamilos... Na semana passada, vocês viram que eu coloquei aqui uma ferramenta estratégica de solução de conflitos: o modelo de Thomas & Kilmann. Vejam: não era bem uma ferramenta de resolução, mas sim de diagnóstico e autoanálise de conflitos internos duma empresa, e também da forma como você, seu sócio ou seus colaboradores classificar-se-iam quanto à pròpensão de enfrentar, camuflar, resolver ou sublimar os conflitos — que ocorrem na melhores famílias e nas piores favelas. (Paràfraseando um escritor russo, as empresas felizes de parecem, mas as infelizes são infelizes cada-qual a seu modo).

E vocês, ó cinco ou seis leitores do bog Start-Aspas, também devem se lembrar que, na semana retrasada, eu postei aqui o diagrama de Eisenhower, que sìntetizava a forma como esse emblemático presidente amèricano òrganizava seu fluxo diário de tarefas. Ok. Agora vamos juntar essas duas coisas: as decisões e os conflitos, quer dizer, a forma como as decisões podem gerar conflitos no ambiente-de-trabalho. Para isso, mostrarei a vocês a ferramenta que eu tomei a licença de batizar como diagrama de governaça de Horowitz, criado por Ben Horowitz e posto no livro "O lado difícil das situações difíceis" — já ìndicado por mim aqui neste blog (clique). Confiram: o diagrama encontra-se na página 215 da obra.

Antes-de-mais-nada, vamos definir o termo governança corporativa, que se refere à forma como os diferentes interesses ao redor duma empresa — os clientes, os gerentes, os acionistas, os funcionários, os fornecedores, os investidores, a sociedade e o governo — são alinhavados, sintonizados e atendidos, da melhor forma possível, pelo líder. (Claro: muitos teóricos de plantão devem estar se roendo de nojinho com essa definição. Dane-se! Para os fins deste texto, ela basta). Certo. O problema é que toda decisão que um gestor tiver de tomar poderá perturbar o arranjo dinâmico (às vezes, frágil) desses interesses incompatíveis. E não pense você que numa startup esse desafio será diferente. Não será.

A treta não pára por aí. Agora entra o fator humano na equação. (Ah, esses malditos terráqueos... Como seria delìcioso exterminá-los com minha arma de raio-laser!) O fator humano interferirá no momento da divisão dos ganhos & perdas, das responsàbilidades & prèocupações. E então, aí vemos a beleza do diagrama de governança de Horowitz. Vejam: o eixo x mostra seu desempenho posterior ao ato da decisão: se você estava certo ou errado. Já o eixo y mostra sua situação anterior ao ato da decisão: se você decidiu contra ou a-favor da manada de bezerros raivosos. Cruzando os dois eixos, temos quatro situações bem conhecidas, encontráveis em qualquer empresa ou ninho-de-cobras. Vejamos.

1) Se você estava certo, mas decidiu contra a maioria, a empresa pròsperará sim, mas poucos colegas lembrar-se-ão que a decisão acertada, afinal, foi sua. Esqueça aquele aumento, a pròmoção e o tapinha-nas-costas do diretor. Seu mérito será esquecido, porque uma multidão odeia heróis. 2) Se você estava errado e, ainda assim, decidiu contra a maioria... ah, neném! Prepare os altares de sacrifício! Você será o cordeiro do inferno que tira a zica da empresa. Todos se lembrarão do infeliz que tomou aquela decisão que, afinal, todo-mundo sabia desde o início que estava errada, né? Você será rebaixado, isolado, demitido. Bem feito! Da próxima vez, fuja da responsàbilidade escondendo-se no banheiro mais próximo.

3) Você estava certo e decidiu a-favor da maioria. Aí, todos os que eventualmente o aconselharam tentarão aparecer na bem foto, para tirar uma casquinha do seu prestígio. Tudo certo: a empresa pròsperará. 4) Por fim, você estava errado e decidiu a-favor da maioria (que também estava errada). Nesse caso, é possível que sua culpa se dilua nas culpas da turba — tal como a responsàbilidade dum entusiasmado participante de linchamentos. Sua pele estará a-salvo, mas sua empresa perecerá. Agora, leitor, você já sabe o que fazer para livrar sua pele: decida sempre com a maioria! E também sabe o que fazer para salvar sua empresa da falência: cuidado com a mesma maioria: ela sonega méritos e encomenda cadáveres!

Até-mais-ver!

Diagrama da governança de Horowitz.


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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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