DICA DE LEITURA 41
- Fernando Rogério Jardim
- 27 de jul. de 2016
- 3 min de leitura

Olá, fugitivos & asilados! Vocês sabem que a propaganda, a pùblicidade é a alma do negócio — sobretudo dos pequeninos. Vocês também sabem que o marketing não cria valor; ele sòmente o comunica aos prováveis clientes. E vocês já ouviram falar nos preços fàbulosos cobrados por míseros trinta segundos no horário-nobre das emissoras de televisão — sem nenhuma garantia de que seu alvo será atingido. (Veìcular um comèrcial no intervalo do Jornal Nacional custa a mixaria de R$ 478.000,00 — só para veìcular o comèrcial!). Sem contar as restrições kafkianas que uma sociedade cada-vez-mais ofendidinha & estadocêntrica impõe à liberdade de expressão e à atividade criativa. Experimente fazer uma propaganda com piadinhas; ou experimente não contemplar uma minoria birrenta com aquela condescendência bundamolista & prèconceituosa imposta pelos delegados do pensamento...
Contudo, você precisa anùnciar, meu caro! As startups, por serem pequenas, precisam ainda-mais chamar a atenção, berrar, tocar o terror, armar o barraco. ¿Mas como fazer isso num ambiente de restrições criativas & matèriais — e com tanta gente boa igualmente tentando chamar a atenção dos clientes? Calma: titio-Fernando-aqui mostra a solução. Chama-se marketing-de-guerrilha. Quando você constrói o boneco-inflável dum ex-presidente ladravaz e o infla na Avenida Paulista, acabando com sua reputação de pai do povo — isto é marketing-de-guerrilha. Quando você utiliza um refletor para projetar seu logo na fachada da concorrência — isso é marketing-de-guerrilha. Quando você "tatua" seu slogan na testa de voluntários remunerados e consentidos — isso é marketing-de-guerrilha. Quando você mistura substâncias alucinógenas no seu produto para fidelizar usuários infantis — isso é crime!
Em poucas palavras, o marketing-de-guerrilha é uma abordagem de propaganda que visa gerar um impacto marcante e inesperado, através duma performance ou experiência que envolva o usuário, colando a imagem da sua empresa na memória dos atingidos — e fazendo tudo-isto sem gastar muito. Mas para ser um marqueteiro-guerrilheiro, você precisará disso: 1) cara-de-pau, 2) criatividade virtuosística, 3) verba curta, 4) amigos malucos, 5) clientes com senso de humor e 6) um desprezo olímpico pelo Código Penal. DIsgo isto porque a algumas práticas do marketing-de-guerrilha (ou correria, ou vida-louca) têm alguns ruídos morais e flertam com a ilegalidade ou contravenção. Para orientá-lo nessa aventura, indico-lhes o sintético e poderoso livro "Marketing de guerrilha para leigos", de Jonathan Margolis & Patrick Garrigan. (Tenho a edição de bolso; não sei se a edição normal também foi pùblicada pela Alta Books).
Como todo livro da série Para Leigos, esse livro é um caos. Não tem uma seqüência de capítulos muito lógica; a òrganização parece ser do tipo "à medida que os autores foram lembando". Mas as virtudes também são as mesmas. O livro é claro, direto, prático, não tem blablablá conceitual, não perde tempo do leitor com teoria e é baseado na experiência dos autores. O livro traz uma diagramação interessante, que fàcilita a leitura, com parágrafos curtos e muitos tópicos. Os exemplos são abundantes e, apesar do tamanho reduzido, o livro esgota as principais plataformas de lançamento de propaganda: desde a tradicional (e irritante) panfletagem nas ruas até o uso não-convencional das novas mídias, como o flah mob. Eu fiquei muito feliz lendo o livro, pois ele é denso em dicas e bota seu cérebro para funcionar em alta freqüência. Só tive experiência semelhante lendo "Nunca procure emprego" de Scott Gerber (clique) e "A starrtup de $100" de Chris Guillebeau (clique). A leitura vale a pena!
MARGOLIS, Jonathan & GARRIGAN, Patrick. "Marketing de guerrilha para leigos." Edição de bolso. Rio de Janeiro: Alta Books, 2012. 214 páginas. R$ 37,90.
DEPOIMENTOS:
"Meu vizinho maconheiro, abortista, racialista e comunista vive fazendo marketing-de-guerrilha: ele não tira aquela camiseta brega do assassino Che Guevara."
Sargento Bráulio Meganha.
"Acho que fiz marketing-de-guerrilha sem perceber: meus clientes morreram, minha empresa foi destruída e terminei com um barbudo escroto cagando-regras."
Juanito Pepe Cabrón.
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