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CAIXINHA DE FERRAMENTAS 39

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 28 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

Olá, tubarões & sereias da maré-baixa! Deixa eu lhes fazer uma pergunta a queima-roupa: ¿o que impede sua empresa de inovar, de infernizar a concorrência, de maravilhar os consumidores, de criar valor do nada? Hum... Muitas coisas, eu imagino. Percebam o seguinte: há oito meses eu venho postando aqui (clique), semanalmente, ferramentas estratégicas de diagnóstico & planejamento para empreendedores e microempresas. Em tese, parece tentador e fácil pegar todas essas ferramentas e implantá-las de chofre na sua startup, tornando-a imbatível e terrível contra os insetos (contra os insetos). Ok.

Mas o problema do pequeno empresário, quando não é a total falta de estratégia, é a execução desastrada desses planos ou a interferência duma série de barreiras que frustram de antemão qualquer iniciativa. Daí a necessidade de colocarmos no papel, de modo claro, o conjunto de barreiras comumente enfrentadas pelos empresários durante a implementação do seu planejamento. O quadro a seguir — que consta do livro "A estratégia do oceano azul" de Kim Chan e Mauborgne, já resenhado aqui por mim (clique) — apresenta as quatro barreiras mais comuns à execução duma estratégia. Vejamos.

Antes-de-mais-nada, é preciso advertir que as quatro barreiras citadas não-necessàriamente aparecerão na seqüência descrita pelos autores. E o peso de cada uma variará segundo as características e peculiaridades de cada equipe ou empresa. Então, vejamos. A primeira barreira é a cognitiva. Você, leitor, pode fazer o seguinte experimento: aproxime-se da tela na qual você está lendo este texto. A-partir dum certo ponto, embora você esteja bem perto das letras, elas tornar-se-ão ilegíveis, embaçadas. O mesmo acontece com uma empresa presa ao status quo e à forma tradicional de resolver as coisas.

Uma empresa cuja estratégia foi frustrada pela barreira cognitiva, geralmente, precisará da ajuda dum consultor externo, cujo único talento (falemos a verdade) é não estar com o olhar vìciado pelas taras & manias que ossificaram os pensamentos daquela equipe. O mesmo ocorre no mundo da cência. Não raro, os gênios mais aptos a quebrarem paradigmas e oferecerem soluções brilhantes para problemas complexos, são justamente aqueles que não estavam vìciados ou demasiado envolvidos com a tradição científica vigente e, por isso, conseguiram "pensar fora da caixa" — uma expressão horrorosa.

A segunda barreira é a limitação de recursos. É a desculpa dada por dez entre dez empresários acòmodados, que fogem da inovação como petistas fogem da Polícia Federal. Claro: há um ponto-limite em que os recursos exíguos realmente impedirão a execução de qualquer estratégia. Afinal, não é possível pôr o homem na lua com dez reais no bolso. (A menos que o meio usado envolva drogas ilícitas). Mas vejam só: a estratégia significa justamente vencer uma guerra mesmo estando em condições de assimetria ou desvantagem. Uma estratégia que exija abundância de recursos é um paradoxo.

A terceira barreira é motivacional. O plano existe, os recursos existem; o que falta é motivação para implantá-lo. E aqui entramos num daqueles fascinantes pontos de junção entre a administração e ciências humanas & sociais (mormente a psicologia) — que têm muito a contribuir com a gestão de pessoas. Não entrarei em detalhes. Há uma literatura abundante no mercado sobre motivação. As perguntas que você, empreendedor, precisará responder sobre motivação são: Como a motivação afeta minha empresa?¿Com que tipo de pessoas eu trabalho? E ¿o que tornaria essas pessoas satisfeitas e motivadas?

A quarta & última barrera é de natureza política. Política é a gestão do poder sobre outras pessoas, de modo a levá-las a fazerem o que o detentor da autoridade assim-o-deseja, com o mínimo de oposição, mortos e feridos. Numa palavra: política é coisa do Coisa-Ruim! E na execução duma estratégia, uma série de interesses antagônicos precisarão ser explìcitados, considerados e alinhavados. Se isso não for feito, oposições escondidas, mágoas surdo-mudas entrarão em ação e sabotarão sua estratégia — por melhor que ela seja. O nome disso é governança corporativa: a arte de orquestrar interesses para um fim comum.

A história das inovações, por exemplo, está cheia de casos de tecnologias tècnicamente impecáveis, mas que não emplacaram porque seus responsáveis não conseguiram arregimentar os stakeholders necessários, ou não puderam derrubar as barricadas de interesses erguidas contra seu invento. As difìculdades enfrentadas pela turma do Uber é apenas o exemplo mais recente dum aplicativo fantástico, mas com uma estratégia de implantação frustrada por questões políticas. Portanto, leitor, detecte em sua startup a existência e o peso relativo dessas quatro barreiras, e pense em como saltá-las.


Dê bons pulos e até-mais-ver!


As quatro barreiras à execução da estratégia de Kim Cham e Mauborgne.

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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