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CARTAS PARA JOVENS EMPREENDEDORES 31

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 30 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

São Paulo, 30 de Julho de 2016.

Prezado Anselmo,

Eu vou resumir sua longa mensagem em três sílabas: mimimi. Pronto. Da próxima vez, Anselmo, seja mais objetivo em sua autopiedade e poupe alguns bytes da minha caixa de e-mails. Seu texto é pràticamente um pedido de desculpas antecipado pelo fracasso que você ainda não sofreu por conta da crise. Aliás, a palavra crise aparece na sua mensagem dezesseis vezes. Sim: eu tive a pachorra bem cachorra de contá-las.

Deixa eu lhe explicar o que é uma crise, Anselmo. Senta aí e escuta. Quando a porra do Estado se intromete na economia (geralmente para fazer populismo de chanchada com o dinheiro do cidadão), ele gera ruídos nos sinais emitidos pelo mercado. O que deveria ser caro, é subsidiado pelo governo e se torna barato. O que deveria ser barato, passa a ser protegido por alguma política alfandegária cretina, e sai caro.

Mas não é só isso. Quando a porra do Estado se mete na política de câmbio, ele faz estragos ainda maiores, porque os sinais que ele emite aos agentes econômicos, nesse quesito, são enganosos e sedutores. Quem não deveria exportar, passa a fazê-lo, enquanto a mão pesada do governo mantiver a moeda nacional barata. O mesmo acontece com os importadores, quando a moeda é artifìcialmente sobrevalorizada.



O que ferra tudo são os juros. Para aquecer a economia, incentivando o consumo a prazo e provocando um crescimento tipo bolha (vazio e efêmero), a porra do Estado baixa os juros. Isso torna os empréstimos mais atraentes. Empreendimentos e investimentos que, antes da queda dos juros, pareciam arriscados e proibitivos, passam a ser viáveis. ¿Você está acompanhando minha explicação, Anselmo?

A interferência irresponsável do Estado na economia cria um cenário róseo e falso para os agentes econômicos. Estes, enganados com expectativas de ganho eterno, vão aumentando suas apostas num frenesi de cadáveres epiléticos, até que... Bom... Até que a realidade bate à porta e o Estado não consiga mais sustentar sua patuscada. Então a crise pròpriamente dita, após ser armada durante meses, aparece em pleno direito.

Aí, Anselmo, os investimentos e empréstimos que jamais deveriam ter sido contraídos, as empresas e projetos que jamais deveriam ter sido implantados (e só o foram porque a porra do Estado ficou pondo-pilha), são merecidamente eliminados pelo facão dos dados reais. Isso é a crise, Anselmo. A crise é o fim dos que não deveriam ter começado. Não há nada de estranho ou dramático numa crise. A crise é justa. A crise é bela.

Oportunize-se.

Fernando.

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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