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CARTAS PARA JOVENS EMPREENDEDORES 33

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 13 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

São Paulo, 13 de Agosto de 2016.

Olá, Gustavo!

Excelência, é o seguinte: abaixa essa bola. O que eu vou lhe dizer a-seguir vai soar piegas no início, cínico no final e agressivo o tempo inteiro. Dane-se! Você ainda vai me agradecer por esse conselho. Refiro-me a uma coisinha importantíssima para os empreendedores chamada humildade. Trata-se dum troço que você não tem. Calma: ser humilde não é ser simplório ou capacho. Conheço gente que é arrogante com os de-baixo e age com uma subserviência nauseabunda com os de-cima. Humildade mesmo, ela não conhece.

Ser humilde é ser consciente das suas limitações, finitude e aspectos ridículos. (E não há nada mais ridículo que um indivíduo arrogante). Consciente das suas impotências, você passa a desenvolver uma dòcilidade para com aquilo que não poderá corrigir, e uma saudável intolerância para com aquilo que precisará ser melhorado. E você não imagina, Gustavo, o poder curativo disso — sobretudo para um empreendedor. Um empreendedor apresenta soluções; pessoas comuns dão desculpas. Gente arrogante, nem isso dá.

Uma startup tem tantas vàriáveis a considerar, tantas incógnitas escondidas e tantas mudanças ocorrendo ao mesmo-tempo, que uma personalidade inflexível e intolerante, feita toda de pose como a sua, inevitàvelmente sofrerá demais num meio assim. ¿É isso o que você quer? ¿A angústia é um preço justo a pagar por seu orgulho? A humildade, Gustavo, vai lhe dar resiliência! Nenhuma pancada vai ser violente o-suficiente para derrubá-lo, porque você vai perder essa pose besta e ganhar coluna de borracha.


Você conhece o caso da Juliana; nós conversamos sobre ela na última reunião. Aquilo era uma esfinge, uma postura de granito, uma pose de dar nojo. Quando ela abriu sua consultoria, começou a andar para cima & para baixo de tailleur de marca; alugou uma sala na Brigadeiro Faria Lima, pela qual pagava uma bica; destratava fornecedores; ignorava o feedback dos clientes; fazia cagada atrás de cagada e não assumia a culpa nem aprendia com os erros. Quando a consultoria começou a fazer-água, ela escondeu de todo-mundo.

Ela manteve a pose enquanto seu Titanic afundava; continuou com a sala cara na Brigadeiro Faria Lima; enganou a si-mesma com "métricas da vaidade" e fazia-de-conta que estava ganhando milhões. Resultado: falência, depressão, relacionamentos destroçados, gastos com remédios e uma dívida de oitenta mil na praça. ¿Que tal, Gustavo? A arrogância deixa o sujeito cego & burro — e o pior: duro! Fora o tempo que você perde com salamaleques, títulos, mesuras, protocolos, pronomes-de-tratamento e todo esse teatrinho entojado.

Além-do-mais, o principal recurso duma startup, além da sua equipe, é o feedback dos usuários .É ele o que lhe permite inovar e iterar ràpidamente sua proposta ou modelo-de-negócio. Ok. Agora imagine se uma pessoa arrogante tem saco para ouvir, absorver e resolver críticas. Não tem! Gente arrogante é teimosa e tem dificuldade de aprendizado, porque não pergunta, não assume que não conhece; vai preferir se arrebentar a se curvar aos fatos. E além do mais, Gustavo, na cultura startup, arrgância pela mal pra caramba!

Largue dessa besteira!

Fernando.

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© 2016 por Fernando Rogério Jardim © Wix

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