POSTAGEM-RELÂMPAGO 63
- Fernando Rogério Jardim
- 1 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

1- O preço é uma tentativa apròximada de você de expressar o valor que o cliente vê na sua mercadoria. Esqueça toda aquela baboseira marxista ou neoclássica que você aprendeu na faculdade. Preço é o valor que o cliente vê nas coisas, traduzido em lìnguagem numética. Ponto.
2- O preço importa sim. Mas é sua obrigação como empreendedor neutralizar a prèpondeência dele ou desviar os olhos do cliente para outras características igualmente importantes da sua mercadoria, como consistência, confiabilidade, conveniência, qualidade, prestígio, inovação, estética, etc.
3- O preço é como o contrabaixo duma orquestra sinfônica: você só presta-atenção nele quando todos os demais instrumentos se calam. Traduzindo: seu cliente só prestará-atenção no rangido irritante do seu preço se ele não ouvir nenhum outro som agradável sendo emitido por seu produto ou serviço. ¿Entendeu?
4- Descontos, lìqüidações e bundalelês (clique) são estratégias que devem ser usadas com inteligência e moderação, porque custam caro e têm efeito limitado e superfìcial sobre um único aspecto da sua oferta: o preço. Nunca se esqueça de que sua missão como empreendedor é criar valor, e não oferecer preços baixos.
5- Ainda com relação aos descontos, lìqüidações e bundalelês, a simplicidade é o melhor caminho. Clientes não gostam de sistemas-de-desconto complexos. Paradoxalmente, descontos complexos, na tentativa de reduzir preços, acabam tirando valor da sua oferta, porque a tornam menos conveniente para o consumidor.
6- Toda uma nova área de pesquisas apareceu recentemente debruçando-se sobre a psicologia do consumidor: breakage, slippage, preços-âncora, etc., mostrando que os preços são mais o resultado de apreciações subjetivas e truques da mente do que de medidas exatas. Recomendo pesquisarem o assunto.
7- Depois de reduzir os preços, para manter sua margem-de-lucros, você vai precisar vender mais ou reduzir custos. No primeiro caso, você estará jogando contra a lei da oferta e da procura, saturando o mercado; no segundo caso, você estará conspirando contra a qualidade, minando o valor dos seus produtos.
8- Clientes sempre podem pagar mais — principalmente se você conseguir desviar a atenção deles para o valor, e não para o preço. Por isso, mantenha seu preço apenas um pouco abaixo do limite máximo do mercado; e depois corra-atrás duma excelência que justifique cada centavo que você está cobrando.
9- O preço não é um ponto matemàticamente fixo; o preço é uma banda psicològicamente mole. Desde que você seja ético se respeite nossas demagógicas leis do consumidor, é perfeitamente justo que você, ao criar mais valor para o cliente, comunique-lhe seu diferencial e cobre mais caro por isso.
10- Às vezes, os clientes usam o preço como "desculpa": ou para não fazerem negócio com você, ou para exprimirem (ainda que de forma tosca) uma objeção que têm com relação ao seu produto ou serviço — objeção esta que eles não conseguem verbalizar de maneira precisa. O preço vira uma muleta verbal.
Até-mais-ver!
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