CARTAS PARA JOVENS EMPREENDEDORES 63
- Fernando Rogério Jardim
- 12 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
São Paulo, 12 de Março de 2017.
¡Hola, Taís!
Uma das coisas que me atraem nesse uNiverso startup é que ele só respeita quem realiza, quem faz algo, quem bota o time em campo e o bloco na rua. O cara que é só pose e gogó, bom... ele pode até experimentar um sucesso ocasional, fazendo palestrinha de motivação para enganar os incautos. Mas até-mesmo ele terá de entregar alguma coisa, ou estará fora do mercado em semanas, sob vaias & chuva de merda.
Outra coisa que me atrai nesse meio é a informalidade e a chance de se trabalhar com pessoas intensas, divertidas, excêntricas e criativas. Como todo tímido, eu também adoro a informalidade, porque os protocolos e as proibições geralmente aumentam nossas chances de cometer alguma gafe e ser humilhado por uma constelação de risadas eternas. Portanto, vou repetir: eu amo a informalidade que há nesse meio.
Por último, através do empreendedorismo eu consigo fazer aquilo que o pessoal da esquerda não consegue fazer com sua "própria ideologia": viver minha própria vida conforme meu discurso. Você sabe: eu sou conservador em matéria de costumes e libertário em matéria de economia. Resumindo: eu acho que cada um tem de cuidar do que é seu; e a porra do Estado deve ficar longe, para não avacalhar.

Mas nem tudo são flores-de-maio, Taís (até-porque estamos em março). Uma das coisas que me irritam nesse meio empreendedor é a difìcuildade que algumas pessoas têm de saírem do modo playground e entrarem no modo escritório. Explicando: algumas pessoas prolongam a fase de idèação porque essa é a fase mais lúdica e a menos comprometida com resultados. E isso bem é frustrante, porque a execução nunca chega.
Ok. Eu sei que estou usando essa resposata para desabafar. Mas como sua mensagem foi meio nessa toada, vai aqui minha contribuição autobiográfica para o seu caso, Taís. Às vezes, um fulano convida você para um projeto e tal... A gente fica super feliz. Aí você chega lá num espaço de coworking na puta-que-o-pariu e a pessoa não tem nada definido; e fica horas batendo-cabeça em sessões de brainstorming intèrmináveis...
Daí você chega em casa moído, mentalmente drenado e encarando o fato de que perdeu seu tempo com gente tapada. Isso não é empreendedorismo; isso é ludoterapia! Então compra um pote de massinha e fica brincando em casa, porra! Eu desconfio mesmo que muita gente pense que empreendedor é uma espécie de terapia, uma moda ou algo bonito para se falar aos vizinhos. Evite essa gente como a peste, Taís.
Abraços,
Fernando.
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