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CARTAS PARA JOVENS EMPREENDEDORES 72

  • Foto do escritor: Fernando Rogério Jardim
    Fernando Rogério Jardim
  • 14 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

São Paulo, 14 de Maio de 2017.

Prezado Bernardo,


Desculpe, mas não recebi a mensagem à qual você se refere. Verifiquei a lixeira, a caixa de spans e não encontrei nada com seu endereço. ¿Será que você não se enganou e mandou para outra pessoa? Enfim... falemos do seu problema. Embora este seja um blog sobre empreendedorismo, e não sobre procura de emprego, eu imagino que você já esteja considerando empreender como uma opção. Então, vejamos.


Quando você entra no mercado-de-trabalho numa época de crise, como agora, é como se você estivesse entrando numa festa que micou. Isso poderá marcá-lo para o resto da vida, porque as opções que você encontra nesse início de carreira determinam as escolhas que você fará; e as escolhas que você fizer marcarão seu currículo, aumentando ou diminuindo (geralmente diminuindo) suas chances futuras.


Por exemplo: se o mercado está difícil e as vagas são escassas, você tenderá a aceitar a primeira porcaria que lhe aparecer na vista — provàvelmente para fazer coisas que nada têm a ver com sua formação acadêmica. Esse desvio de função já será percebido como uma mancha em seu currículo. Quando a economia melhorar e você voltar a buscar emprego em sua área, essa experiência anterior será inútil ou nociva.



E tem mais: trabalhando cìnicamente no que não gosta, suas hàbilidades mais criativas e intelectuais hibernarão ou morrerão, enquanto que suas hàbilidades operacionais serão exercitadas. E adivinha quais hàbilidades pagam os piores salários... Além disso, você não terá motivação para se qualificar, porque viverá dizendo para si-mesmo que aquele emprego é temporário — um temporário num tempo que nunca acaba.


Empreender numa crise não é tão diferente de pròcurar emprego numa crise. No geral, as coisas são sim mais difíceis — e quem lhe disser o contrário, certamente tentará lhe vender uma palestra de autoajuda. Atire nele! O crédito fica mais caro e difícil, os clientes deixam de gastar com certas coisas, as pessoas ficam mais mesquinhas e exigentes, etc. Mas há duas portas que as crises abrem aos empreendedores.


A primeira é que, numa crise, todo-mundo precisa de processos mais baratos e enxutos. Microempresas têm custos fixos menores e, por isso, conseguem se baratear mais depressa que as empresas grandes. A segunda porta aberta é a criatividade. Restrições forçam a busca por soluções criativas. Numa crise, ninguém tem muito a perder tentando coisas novas. Essa é a vantagem dos desesperados.


Boa sorte!

Fernando.

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